De cada 100 L de água, 36 L se perdem até chegar na sua casa
A gestão eficiente de recursos hídricos e do esgoto é um desafio urgente para o país. De cada 100 litros de água coletados, apenas 64 chegam sãos e salvos na casa do brasileiro, diz Ong
Vanessa Barbosa
Publicado em 7 de novembro de 2012 às 15h45.
São Paulo – De cada 100 litros de água coletados, apenas 64 chegam sãos e salvos na casa do brasileiro, em média. O restante fica pelo caminho. Um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso. O alerta, feito durante o EXAME Fórum Sustentabilidade nesta quarta-feira, vem do Instituto Trata Brasil, que periodicamente divulga relatórios sobre a situação do saneamento e do acesso à água nos estados brasileiros.
Segundo Edison Carlos, presidente da Ong, a perda de água no sistema nacional é em média de 36%, mas em algumas regiões chega a 60%, caso do Ceará. O que justifica taxas tão elevadas? Quem atua no setor tem a resposta na ponta da língua: faltam políticas eficientes e claras de gestão de recursos hídricos e de esgoto no país.
“Percebemos que existe uma pulverização de ações. Enquanto municípios de 50 mil habitantes buscam recursos para a gestão da água e esgoto na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), outros 400 maiores dependem do Ministério das Cidades”, destaca Edison.
Atualmente, o atendimento em coleta de esgotos chega a apenas a 46,2% da população brasileira, enquanto a distribuição de água atinge 81,1% em áreas urbanas e rurais, a uns bons passos de distância da universalização, segundo dados da Trata.
Para o executivo franco-brasileiro Yves Besse, presidente da CAB Ambiental, empresa do grupo Galvão que opera concessões e parcerias público-privadas (PPP"s) em água e esgoto, o problema reside na ineficiência das empresas que prestam esses serviços. “Falta vontade política e um gestão otimizada”, disse.
Dilma Pena, presidente da Sabesp, discorda. “Os prestadores de serviços precisam de orientações claras e objetivas do poder público, mas elas não existem”, rebate. Para serem realmente eficientes, segundo a executiva, as empresas precisam ter condição de planejar suas ações de maneira alinhada com os objetivos do estado e suportar, ao longo do tempo, esse objetivo. “O problema do saneamento no Brasil não se resolverá em 10 anos, e pode demorar muito mais se não tivermos orientações nacionais firmes e principalmente exequíveis”.
Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas, diz que os recursos financeiros para solucionar os problemas de água e esgoto existem. “O que falta é foco, senso de prioridade do tema”, afirmou. Segundo Anderu, mais da metade dos municípios brasileiros pode ter problemas com o abastecimento de água ou dificuldade para receber água de boa qualidade nos próximos anos. Já passou da hora de acertar o foco.
São Paulo – De cada 100 litros de água coletados, apenas 64 chegam sãos e salvos na casa do brasileiro, em média. O restante fica pelo caminho. Um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso. O alerta, feito durante o EXAME Fórum Sustentabilidade nesta quarta-feira, vem do Instituto Trata Brasil, que periodicamente divulga relatórios sobre a situação do saneamento e do acesso à água nos estados brasileiros.
Segundo Edison Carlos, presidente da Ong, a perda de água no sistema nacional é em média de 36%, mas em algumas regiões chega a 60%, caso do Ceará. O que justifica taxas tão elevadas? Quem atua no setor tem a resposta na ponta da língua: faltam políticas eficientes e claras de gestão de recursos hídricos e de esgoto no país.
“Percebemos que existe uma pulverização de ações. Enquanto municípios de 50 mil habitantes buscam recursos para a gestão da água e esgoto na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), outros 400 maiores dependem do Ministério das Cidades”, destaca Edison.
Atualmente, o atendimento em coleta de esgotos chega a apenas a 46,2% da população brasileira, enquanto a distribuição de água atinge 81,1% em áreas urbanas e rurais, a uns bons passos de distância da universalização, segundo dados da Trata.
Para o executivo franco-brasileiro Yves Besse, presidente da CAB Ambiental, empresa do grupo Galvão que opera concessões e parcerias público-privadas (PPP"s) em água e esgoto, o problema reside na ineficiência das empresas que prestam esses serviços. “Falta vontade política e um gestão otimizada”, disse.
Dilma Pena, presidente da Sabesp, discorda. “Os prestadores de serviços precisam de orientações claras e objetivas do poder público, mas elas não existem”, rebate. Para serem realmente eficientes, segundo a executiva, as empresas precisam ter condição de planejar suas ações de maneira alinhada com os objetivos do estado e suportar, ao longo do tempo, esse objetivo. “O problema do saneamento no Brasil não se resolverá em 10 anos, e pode demorar muito mais se não tivermos orientações nacionais firmes e principalmente exequíveis”.
Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas, diz que os recursos financeiros para solucionar os problemas de água e esgoto existem. “O que falta é foco, senso de prioridade do tema”, afirmou. Segundo Anderu, mais da metade dos municípios brasileiros pode ter problemas com o abastecimento de água ou dificuldade para receber água de boa qualidade nos próximos anos. Já passou da hora de acertar o foco.