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Pela 1ª vez, papa inclui mulheres no rito da 5ª Feira Santa

Duas moças estavam entre as 12 pessoas que tiveram os pés lavados e beijados pelo papa Francisco numa tradicional cerimônia da Quinta-Feira Santa


	Papa Francisco: na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o argentino Jorge Bergoglio - agora papa Francisco - já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés.
 (Filippo Monteforte/AFP)

Papa Francisco: na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o argentino Jorge Bergoglio - agora papa Francisco - já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés. (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 18h40.

Roma - Duas moças estavam entre as 12 pessoas que tiveram os pés lavados e beijados pelo papa Francisco numa tradicional cerimônia da Quinta-Feira Santa, realizada num centro de detenção de menores infratores nos arredores de Roma. É a primeira vez que um papa inclui mulheres no rito.

A Missa de Lava-Pés evoca um gesto de humildade de Jesus com seus apóstolos na véspera da crucificação. Um porta-voz do Vaticano disse ainda que das 12 pessoas que tiveram os pés lavados, 2 eram internos muçulmanos do centro de detenção, chamado Casal del Marmo.

O local da celebração também marca outro ineditismo por parte do novo papa. Desde que há registros, a Missa de Lava-Pés sempre foi celebrada pelos papas nas basílicas de São Pedro ou São João de Latrão. Francisco disse que escolheu o reformatório juvenil porque desejava estar perto dos sofredores.

Na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o argentino Jorge Bergoglio - agora papa Francisco - já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés.

Numa homilia breve e improvisada, o papa disse aos jovens internos que todos, inclusive ele, precisavam estar a serviços dos outros.

"É o exemplo do Senhor. Ele era o mais importante, mas lavou os pés dos outros. O mais importante deve estar a serviço dos outros", disse ele.

Numa missa na manhã da quinta-feira no Vaticano, Francisco pediu aos padres católicos que se dediquem aos pobres e sofredores, em vez de se preocuparem em fazer carreira como "administradores" da Igreja.

Sua homilia na primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa foi mais um sinal desde sua surpreendente eleição, há duas semanas, da sua determinação de colocar a Igreja mais perto dos pobres.


"Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres) ... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na Basílica de São Pedro.

O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam supostos casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana.

Na missa, que marca o início de quatro dias de intensa atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção".

"Aqueles que não saem por si mesmos, em vez de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor ... não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento", disse.

Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".

Depois de eleito papa, o cardeal Bergoglio assumiu o inédito nome de Francisco em homenagem a são Francisco de Assis, associado à austeridade, simplicidade, caridade e amor pela natureza. Em outras atitudes, ele já deixou claro que pretende tornar o papado e a Igreja mais humildes.

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