Giuseppe Conte: primeiro-ministro italiano renunciou (Regis Duvignau/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de agosto de 2019 às 11h43.
Roma - O Partido Democrático (PD) e o Movimento 5 Estrelas (M5S) apresentaram nesta sexta-feira, 30, ao presidente interino Giuseppe Conte, encarregado de formar um novo Executivo na Itália, os pontos que devem ser incluídos no programa do governo de coalizão.
O presidente da República, Sergio Mattarella, encarregou ontem a Conte a formação de um novo Executivo depois que o PD e o M5S manifestaram a possibilidade de formar uma coalizão.
Hoje, Conte concluiu as reuniões com todos os partidos e o secretário-geral do PD, Nicola Zingaretti, expressou ao presidente a necessidade de um programa que seja uma total mudança de rumo e lhe apresentou algumas propostas.
Mais enfático foi o líder do M5S, Luigi di Maio, que depois de se reunir com Conte afirmou "sem as nossas propostas haverá votação", em alusão a eleições antecipadas.
Di Maio manifestou que não será tolerada a imposição de impostos para as rendas mais altas e nem a construção de incineradores de lixos e, ao invés disso, exigirá o corte imediato do número de parlamentares.
Também pediu que uma das prioridades seja chegar a um acordo com a União Europeia para a redistribuição de migrantes que chegam à Itália.
"Ou concordamos com esses pontos do nosso programa ou não seguimos em frente", disse Di Maio.
Por sua vez, Zingaretti destacou diante dos veículos de imprensa a necessidade de uma nova "temporada política", sobretudo depois dos últimos dados negativos sobre o crescimento da economia italiana e destacou que este novo projeto "foi recebido muito bem pelos mercados com uma redução do prêmio de risco".
Entre os pontos do possível programa de Governo que foi entregue a Conte, o PD propôs cortar os impostos para os baixos e médios salários, um verdadeiro plano para a criação de trabalho e investimentos públicos e em infraestruturas verdes.
Também solicita gratuidade em todos os ciclos de educação, - desde a creche à universidade - para as famílias de classe média e baixa, e propuseram um grande investimento em saúde publica de cerca de 10 bilhões de euros em três anos e em segurança cidadã.
Sobre o decreto de segurança e imigração apresentado pelo Ministro do Interior e pelo líder da Liga, Matteo Salvini, o PD solicitou que as instruções do Presidente da República fossem levadas em consideração para sua modificação, como "a obrigação de salvar os náufragos do mar e a multa desproporcional de um milhão de euros a navios de ONGs que entram em águas territoriais sem autorização".