Mundo

Partidos dos EUA analisam ações após rejeição de plano de emprego

Proposta de Obama dividiu democratas e republicanos

Obama pediu ao Congresso que 'cumpra com suas responsabilidades' e aprove o plano de US$ 447 bilhões 'para que o povo volte a trabalhar' (Chip Somodevilla/Getty Images)

Obama pediu ao Congresso que 'cumpra com suas responsabilidades' e aprove o plano de US$ 447 bilhões 'para que o povo volte a trabalhar' (Chip Somodevilla/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2011 às 17h54.

Washington - Republicanos e democratas analisam qual caminho tomar após a rejeição do Senado, na noite de terça-feira, ao plano de emprego do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que gerou novas recriminações entre os dois partidos.

Em entrevista nesta quarta-feira no programa 'Good Morning America', o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que os republicanos 'não têm nenhuma intenção' de iniciar o projeto.

'Quando os republicanos estiveram contra o corte de impostos para as pequenas empresas? Quando foram contra trabalhar em infraestruturas? Desde quando estão contra de negar os benefícios aos veteranos?', perguntou o vice-presidente.

Durante discurso em um fórum hispânico nesta quarta-feira, o próprio Obama pediu ao Congresso que 'cumpra com suas responsabilidades' e aprove o plano de US$ 447 bilhões 'para que o povo volte a trabalhar'.

Muita gente sofre e 'precisa de ação agora, querem que o Congresso faça seu trabalho', afirmou o presidente americano.

Por causa da preocupação dos eleitores com o desemprego, atualmente em 9,1%, a Casa Branca considera prioritária a aprovação de seu plano, que inclui um aumento dos gastos públicos em infraestrutura e educação e grandes reduções fiscais para trabalhadores e pequenos empresários.

Obama avalia o plano em US$ 447 bilhões, dos quais US$ 175 bilhões viriam de investimentos públicos e os US$ 272 bilhões restantes da redução de impostos.

Entretanto, a maioria republicana na Câmara se opôs ao fato de que o plano de Obama também estipula um imposto extra para as rendas mais altas, consideradas as verdadeiras criadoras de emprego.

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, atacou os republicanos após a rejeição do plano, ao afirmar que a proposta contém muitas das ideias que eles defenderam nos últimos anos.


'Acho que os republicanos pensam que se a economia melhorar ajudará ao presidente Obama, portanto se opõem a qualquer proposta do presidente', afirmou Reid, após o resultado de 50 votos a favor e 48 contra, abaixo dos 60 necessários para seguir adiante com a proposta.

Já os republicanos replicaram que Obama está jogando a carta de 'tudo ou nada', para convencer os cidadãos de que os republicanos se opõem a qualquer medida de revitalização da economia.

Eric Cantor, líder da maioria republicana na Câmara, insistiu ao presidente americano que 'trabalhe sobre as questões nas quais podem estar de acordo'.

A opção de dividir em etapas o plano de emprego parece ser a decisão adotada pela Casa Branca.

Paralelamente, Obama anunciou que deve aprovar iniciativas que não tenham que passar pela câmara legislativa, especialmente em projetos de infraestrutura.

O debate econômico, que reflete a frágil recuperação da economia americana após a crise financeira de 2008, se viu misturado nos últimos meses com a proximidade da campanha para as eleições presidenciais de 2012.

Obama observou que como seus índices de aprovação caíram nos últimos meses perante a incapacidade da economia de criar empregos, os republicanos descobriram uma importante fraqueza na figura popular do presidente dos Estados Unidos.

Os analistas consideram que o pior da situação não é a alta taxa de desemprego, mas as projeções econômicas que estipulam níveis de 9% nos próximos anos.

Segundo as últimas estimativas do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), a taxa de desemprego não cairá até 2013.

Obama tem consciência de que a economia, ou mais concretamente os quase 14 milhões de desempregados, é a área que vai dar a vitória na batalha pela reeleição presidencial. EFE

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCongressoCrises em empresasEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia