Mundo

Partido de ultradireita da Áustria comandará 6 ministérios

Entre as pastas que serão geridas pelo partido de extrema direita austríaco estão os ministérios de Defesa, Relações Exteriores e Interior

Parlamento na Áustria: o novo ministro do interior já defendeu no passado restringir o direito de manifestação (Akos Stiller/Bloomberg)

Parlamento na Áustria: o novo ministro do interior já defendeu no passado restringir o direito de manifestação (Akos Stiller/Bloomberg)

E

EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2017 às 16h02.

Viena - O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) comandará seis dos 14 ministérios do novo governo do país, formado após acordo firmado neste fim de semana com o Partido Popular (ÖVP).

Entre as pastas que serão geridas por membros do partido de extrema direita austríaco estão os ministérios de Defesa, Relações Exteriores e Interior.

O novo ministro do Interior da Áustria, Herbert Kickl, é atualmente secretário-geral do FPÖ, principal estrategista e chefe de campanha eleitoral do partido. Na função, ele foi autor de vários slogans xenófobos e islamofóbicos usados pela legenda.

Kickl, de 49 anos, defendeu no passado restringir o direito de manifestação, com o argumento de evitar situações violentas, especialmente em referência a protestos organizados por grupos de esquerda ou por minorias estrangeiras no país.

Karin Kneissl, de 52 anos, será a nova ministra de Relações Exteriores da Áustria. Apesar de não estar filiada ao FPÖ, a indicada ao comando da diplomacia tem se aproximado do partido nos últimos anos, sendo crítica, por exemplo, à chegada de refugiados.

Especialista no Oriente Médio, ela fala árabe e hebraico, além de ter passado parte de sua infância na Jordânia, onde seu pai trabalhava como piloto do então rei Hussein.

Durante a crise de refugiados de 2015, Kneissl afirmou que 80% dos imigrantes que chegaram à Europa eram, na verdade, "refugiados econômicos" - jovens que não encontravam esposa por não terem emprego nem moradia e, portanto, sem o statuos de "homem" em uma sociedade tradicional.

A nova ministra também criticou o sionismo, movimento político criado no fim do século XIX pelo intelectual e jornalista judeu Theodor Herlz, que defende a criação de um Estado para os judeus.

Além disso, ela mostrou apoio a uma eventual independência da Catalunha, comparando a situação da província espanhola com a da Eslovênia na antiga Iugoslávia.

Apesar de chefiar a diplomacia do país, a nova ministra não terá controle sobre a agenda europeia, que ficará nas mãos do ÖVP e do novo chanceler federal, Sebastian Kurz, que indicou Gernot Blümel como ministro da Chancelaria, um homem de sua total confiança.

O FPÖ também comandará os ministérios de Assuntos Sociais e Saúde, Defesa e Infraestruturas. O ministério de Infraestrutura, inclusive, será ocupado por Nobert Hofer, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O líder do FPÖ, Heinz-Christian Strache, acumulará o cargo de vice-chanceler com o de ministro de Funcionários e Esportes.

No pacto firmado entre os dois partidos, o ÖVP controlará a chancelaria federal e sete ministérios. Kurz, de 31 anos, será assim o chefe de governo mais jovem da Europa.

Cumprindo a promessa de renovação, Kurz, antes ministro de Relações Exteriores, não manteve nenhum nome do antigo governo, formado por seu partido em aliança com os social-democratas.

Cinco dos 13 ministros escolhidos por ele são mulheres, e a idade média do novo gabinete é de 47 anos.

Acompanhe tudo sobre:ÁustriaPartidos políticos

Mais de Mundo

Papa celebra o Natal e inicia o Jubileu 2025, 'Ano Santo' em Roma

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips