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Partido de Merkel vence eleições regionais na Alemanha

A derrota do SPD representa uma "reviravolta" em favor de Angela Merkel, segundo estimou o jornal Die Welt

Angela Merkel: seu partido conquistou entre 33 e 34% dos votos no estado federal de Schleswig-Holstein (Fabrizio Bensch/Reuters)

Angela Merkel: seu partido conquistou entre 33 e 34% dos votos no estado federal de Schleswig-Holstein (Fabrizio Bensch/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de maio de 2017 às 14h22.

O partido conservador de Angela Merkel venceu neste domingo as eleições regionais no norte da Alemanha, confirmando seu favoritismo a cinco meses das legislativas e em um momento em que a ameaça social-democrata de Martin Schulz começa a desaparecer.

Os democratas-cristãos da CDU conquistaram entre 33 e 34% dos votos no estado federal de Schleswig-Holstein, no extremo norte do país, às margens dos mares Norte e Báltico.

Já o partido social-democrata (SPD) obteve entre 26 e 27%, um recuo importante em relação há cinco anos, segundo as estimativas dos canais ARD e ZDF.

Esta região agrícola representa, com 2,3 milhões de pessoas, menos de 3% da população alemã. Mas o resultado é seguido de perto porque se trata das penúltimas eleições antes das legislativas de 24 de setembro, quando a chanceler Angela Merkel lutará por um quarto mandato.

Trata-se de um verdadeiro revés para o novo presidente do SPD, Martin Schulz, e para suas esperanças de fazer Angela Merkel vacilar: no poder desde 2005, ela disputará um quarto mandato.

"Reviravolta"

A derrota do SPD representa uma "reviravolta" em favor de Angela Merkel, segundo estimou o jornal Die Welt.

"Seria a primeira vez, desde a sua chegada à chancelaria em 2005, que a CDU reconquistaria um dos muitos estados regionais perdidos durante este período", indica.

Seria um novo golpe para o SPD, que havia recuperado as esperanças com a chegada à frente do partido no início deste ano do ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

Novo na cena política alemã, Schulz inicialmente propiciou um retorno de seu movimento ao centro da política, aparecendo empatado com os conservadores nas pesquisas.

Mas essa "Schulzmania" também ligada ao seu programa de ruptura, muito aclamado pela esquerda em questões sociais, desmoronou nas últimas semanas: o SPD perdeu a eleição regional em Saarland no final de março e sofre um declínio de 8 pontos em todo o país, de acordo com o último levantamento da Stern e RTL, com 28% das intenções de voto contra 36% da CDU.

Após Schleswig-Holstein, o próximo teste para os social-democratas será no próximo domingo no seu reduto da Renânia do Norte-Vestfália, estado mais populoso do país, que os social-democratas dirigem quase sem interrupção desde a guerra.

Retrocesso do AfD

Dado os desafios, Angela Merkel viajou para Schleswig-Holstein para apoiar seu candidato, Daniel Günther, de 43 anos.

O SPD também enviou na quinta-feira Schulz para as cidades de Kiel e Lübeck para apoiar o presidente local, Torsten Albig, de 53 anos.

Nesta região na fronteira com a Dinamarca, onde a campanha foi dominada pelas questões da energia renovável e transportes, a atual coalizão entre os Verdes e o partido da minoria dinamarquesa (SSW) parece ameaçada.

Porque, como no resto do país, os ambientalistas têm perdido força.

Um retrocesso que também sentido pelo partido anti-europeu e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AFf).

Esta formação, que angariou apoio ao criticar a decisão de Merkel de abrir o país aos refugiados, é vítima de disputas internas entre a ala de linha dura e os partidários de uma linha mais moderada.

Em Schleswig-Holstein e na Renânia do Norte-Vestfália, o AfD pode não alcançar o mínimo de 5% para entrar no Parlamento.

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