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Parlamento venezuelano apresenta projeto sobre rompimento de relações com a Espanha

Diplomacia entre os dois países está sob tensão desde que Edmundo Gonzáles recebeu asilo político do governo de Pedro Sánchez

Assembleia Nacional da Venezuela, em 13 de agosto de 2024 (AFP)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 07h19.

O Parlamento da Venezuela, controlado por aliados do presidente do país, Nicolás Maduro, apresentou na terça-feira, 17, um projeto para cobrar o governo a “avaliar” o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com a Espanha, em resposta à decisão do Congresso espanhol de reconhecer o líder opositorEdmundo González Urrutia- exilado no país europeu - como presidente eleito.

O documento, lido durante sessão parlamentar, pede que “o governo venezuelano avalie, dentro de um prazo peremptório, o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com o Reino da Espanha, como ação recíproca à proposta grosseira e interferente” do Congresso espanhol contra a “constitucionalidade venezuelana”.

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No último dia 11, o Congresso da Espanha, com o voto contrário do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que é o do presidente do Governo, Pedro Sánchez, aprovou uma proposta promovida pelo Partido Popular (PP) - o maior da oposição - solicitando ao governo que reconheça González Urrutia, que chegou a Madri no dia 8 de setembro para pedir asilo, como presidente da Venezuela.

González Urrutia foi derrotado por Maduro nas eleições de 28 de julho, segundo o resultado oficial anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que no entanto não divulgou as atas de votação, conforme as regras. A reeleição do presidente venezuelano é contestada não só pela oposição, que considera que foi vítima de uma fraude, como por outros países.

Nesse sentido, o Parlamento venezuelano rejeitou o que definiu como “a nefasta resolução promovida pela direita fascista do Congresso” espanhol e pediu aos parlamentares do país europeu a “respeitar a decisão do povo venezuelano, que soberanamente elegeu” Maduro.

O projeto do Parlamento venezuelano aponta a decisão do Congresso espanhol como uma “ação que busca desconsiderar a institucionalidade democrática” da Venezuela, além da “vontade soberana de um povo inteiro”.

O tezxto também diz que, nos últimos anos, a “ultradireita espanhola abrigou criminosos, fascistas e terroristas condenados e confessos, que, juntamente com a direita venezuelana, promoveram golpes fracassados” no país sul-americano e “a explosão da violência para gerar desestabilização política e social”.

“Jamais aceitaremos que qualquer governo estrangeiro ou organização internacional imponha condições e interfira em nossos assuntos internos”, acrescenta o documento.

O projeto de lei foi apresentado a pedido do presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, que na semana passada solicitou a elaboração de uma resolução, que ele espera que seja aprovada, cobrando o governo a romper “todas as relações diplomáticas, consulares, econômicas e comerciais” com a Espanha.

Rodríguez exigiu que a resolução estabeleça que “todas as atividades comerciais das empresas espanholas sejam interrompidas imediatamente”, em resposta ao que ele considerou ser “o ultraje mais brutal” da Espanha contra a Venezuela “desde os tempos” em que o país sul-americano lutou por sua independência.

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