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Parlamento Europeu reconhece Guaidó como seu interlocutor na Venezuela

Antonio Tajani afirmou que o petróleo não é a única coisa que interessa a entidade, mas também "o povo e o sofrimento venezuelanos"

Juan Guaidó: Presidente autodeclarado já conta com forte apoio da comunidade interncional (Carlos Becerra/Getty Images)

Juan Guaidó: Presidente autodeclarado já conta com forte apoio da comunidade interncional (Carlos Becerra/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 14h59.

Bruxelas - O presidente do Parlamento Europeu (PE), Antonio Tajani, declarou nesta quarta-feira que o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, é o "único interlocutor" da Eurocâmara, instituição que - disse - não pode "ficar calada" diante dos últimos acontecimentos no país.

"Conversei por telefone com o presidente Guaidó, nosso único interlocutor, para garantir a ele o apoio do PE", disse Tajani ao início do plenário da Eurocâmara realizado nesta semana em Bruxelas.

O político italiano lembrou os 40 mortos nos protestos na Venezuela na semana passada e que "uma grande parte da comunidade internacional" reconheceu a proclamação de Guaidó como presidente interino "apoiado na Constituição venezuelana".

"Infelizmente, a situação piora e chegou a um ponto que não tem mais volta. O regime de (o líder venezuelano, Nicolás) Maduro fez com que mais de três milhões de pessoas abandonassem o seu próprio país. Se as coisas não mudarem muito em breve na Venezuela, isso se agravará com consequências desastrosas para toda a região", lamentou Tajani.

O presidente do PE lembrou que sua instituição foi a primeira a denunciar as violações de direitos humanos e a pedir sanções contra o regime, assim como entregou à oposição venezuelana o prêmio Sakharov em 2017.

"Para alguns países só o petróleo interessa, para nós só interessam o povo e o sofrimento da população venezuelana", afirmou Tajani, que pediu que se pense não "só na transição democrática e uma solução pacifica", mas também na posição do país, "para que o povo volte a ter uma vida normal, com comida e remédios".

"A Venezuela vai precisar de muita ajuda e investimentos. A União Europeia (UE) tem que estar ao lado dos venezuelanos. Diante dos eventos históricos onde a democracia está em perigo, está claro que temos que estar do lado da liberdade e dos direitos humanos, e não da opressão", concluiu Tajani.

O presidente da comissão de Política Externa do Parlamento da Venezuela, Francisco Sucre, e o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma estiveram presentes hoje na tribuna de convidados da Eurocâmara.

Os eurodeputados debaterão nesta tarde sobre a situação na Venezuela após os últimos eventos e votarão uma resolução a respeito na sessão de amanhã. EFE

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