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Parlamentares indianos votam para presidente

Eleição do 14º presidente da Índia moderna tem como favorito o político governamental Pranab Mukherjee

Pranab Mukherjee: ex-ministro das Finanças da Índia é favorito para as eleições presidenciais no país (WPA/Getty Images)

Pranab Mukherjee: ex-ministro das Finanças da Índia é favorito para as eleições presidenciais no país (WPA/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 11h21.

Nova Délhi - Cerca de 5 mil parlamentares nacionais e regionais votaram nesta quinta-feira para decidir quem será o 14º presidente da Índia moderna, em uma eleição que tem como favorito o político governamental Pranab Mukherjee.

A rodada de votações começou às 10h locais (1h30 de Brasília) e terminou sete horas depois nas sedes das assembleias regionais e do Parlamento, mas os resultados não serão anunciados até o próximo domingo.

O cargo tem caráter cerimonial e sua importância é simbólica, mas o novo presidente pode concentrar um poder decisivo se nenhum partido conseguir maioria nas eleições legislativas de 2014, como especula a imprensa indiana.

O grande favorito nesta votação parlamentar é o ex-ministro septuagenário Pranab Mukherjee, considerado um dos pesos pesados do atual governo e que se apresenta como o candidato de consenso do Partido do Congresso, que está no poder, e seus aliados.

O candidato votou pouco depois das 11h, acompanhado pelo primeiro-ministro, Manmohan Singh, e a líder do Partido do Congresso, Sonia Gandhi.

Pouco depois, foi a vez de ir à urna o filho de Sonia, Rahul Gandhi, visto por grande parte dos analistas políticos do país como o próximo candidato do partido nas eleições legislativas.

"Vou ter um papel mais pró-ativo no partido e no governo. A decisão já está tomada", afirmou Gandhi à rede de televisão "NDTV" após depositar sua cédula para a eleição presidencial.

A candidatura alternativa é a do ex-deputado P.A. Sangma, que se apresentou com o apoio inicial de dois partidos regionais e contará com o suporte da principal legenda opositora, Bharatiya Janata Party (BJP).


A candidatura de Sangma parece uma tentativa de evitar que a eleição de Mukherjee aconteça sem oposição, porque o candidato alternativo também tem um histórico ideológico e político próximo ao próprio Partido do Congresso.

Incapaz de conseguir um consenso com seus aliados regionais, o BJP afirmou publicamente que optou por Sangma depois que sua escolha inicial, o ex-presidente Abdul Kalam, descartou concorrer novamente ao cargo.

As chances da oposição, no entanto, parecem ser pequenas a julgar pelas pesquisas divulgadas nos últimos dias pela imprensa indiana, que dão a Mukherjee dois terços do total de votos.

O governo também sofreu para chegar a um consenso sobre seu candidato, e durante algumas semanas houve a sensação de que a coalizão ameaçava rachar, devido à rejeição do partido regionalista bengali Trinamul a Mukherjee.

A líder dessa formação, a polêmica Mamata Banerjee, deu finalmente seu braço a torcer e, com isso, Partido do Congresso já considera que o veterano Mukherjee ganhará com uma vantagem "cômoda", embora o sistema eleitoral do país torne difíceis os prognósticos.

A eleição presidencial responde ao mecanismo de voto único transferível: cada eleitor pode votar em mais de um candidato, mas com uma ordem de preferência que serve para determinar quem tem maior apoio.

Cada cadeira - 776 para deputados nacionais e 4.120 para regionais - tem um peso ponderado em função da representatividade que o ocupante ostenta, com uma soma total de 1,098 milhão de pontos, e o Partido do Congresso acredita que Mukherje conseguirá 750 mil.

Se vencer, o candidato presidencial desmentirá seu próprio propósito de deixar a política, o que manifestou publicamente há poucos meses, quando reconheceu que sua idade (77 anos) pesava para sua decisão de se retirar da vida pública para se dedicar à leitura e a descansar.

Mukherjee ou Sangma substituirão no cargo Pratibha Patil, a primeira mulher a presidir a Índia, que no entanto protagonizou um mandato de baixo perfil e, por vezes, salpicado por controvérsias e suspeitas de corrupção. EFE

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