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Parlamentares dos EUA apoiam ataque, mas pedem consulta

Até os líderes democratas ofereceram apoio ao ataque, mas de forma moderada

Congresso dos EUA: ex-presidente Obama tentou requerer autorização do Congresso por anos e nunca conseguiu (Karen Bleier/AFP)

Congresso dos EUA: ex-presidente Obama tentou requerer autorização do Congresso por anos e nunca conseguiu (Karen Bleier/AFP)

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EFE

Publicado em 7 de abril de 2017 às 08h02.

Washington - Legisladores democratas e republicanos apoiaram na quinta-feira o ataque ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra uma base aérea na Síria, embora muitos pediram que ele consulte e negocie com o Congresso quando tomar medidas sobre a situação desse país, especialmente de caráter militar.

O líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, e sua colega na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ofereceram seu apoio, mas de maneira comedida.

"É necessário que (o presidente sírio) Bashar al Assad saiba que quando comete tais desprezíveis atrocidades, pagará um preço, é o correto", disse Schumer, em comunicado.

"O governo Trump precisa desenvolver uma estratégia e se consultar com o Congresso antes de implementá-la. Eu saúdo o profissionalismo e habilidade que demonstraram hoje nossas Forças Armadas", concluiu Schumer, em uma breve nota.

As forças militares americanas lançaram hoje um total de 59 mísseis de cruzeiro, a partir de dois de seus navios militares localizados no Mediterrâneo, contra a base aérea de Shayrat, na cidade de Homs, de onde acredita o governo americano, partiram as aeronaves que executaram os ataques aéreos da última terça, onde cerca de 80 civis morreram.

Nancy Pelosi, por sua vez, advertiu que "a crise na Síria não será resolvida por uma noite de ataques aéreos", mas considerou que o ataque ordenado pelo presidente é "uma resposta proporcional ao uso de armas químicas por parte do regime".

"Se o presidente tem a intenção de aumentar o envolvimento dos militares americanos na Síria, deve solicitar ao Congresso uma Autorização para o Uso da Força Militar, que esteja projetada para lidar com a ameaça e impedir outra guerra aberta no Oriente Médio", disse a congressista.

Muitos democratas, e algum republicano, pediram para Trump que solicitasse a autoridade pertinente para o Congresso com o objetivo de utilizar a ação militar na Síria, algo que requereu o ex-presidente Barack Obama durante anos e nunca conseguiu.

Entre os conservadores que questionaram a decisão do presidente, destaque para a reação do senador Rand Paul, um fervoroso opositor ao intervencionismo militar dos Estados Unidos.

"Enquanto todos condenamos as atrocidades na Síria, os EUA não foram atacados. O presidente precisa da autorização do Congresso para a ação militar como requer a Constituição", disse através do Twitter, questionando a legalidade do ataque.

O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, apoiou a decisão tomada pelo magnata, mas também espera que Trump se consulte com o Congresso sobre o assunto.

"Esta ação foi apropriada e justa. Espero que a Administração se envolva com o Congresso neste esforço", apontou.

O governo do ex-presidente Barack Obama teve que fazer uso da AUMF, emitida em 2001, contra a rede terrorista Al Qaeda para basear seus ataques contra o Estado Islâmico, mas solicitou em várias ocasiões uma nova autorização específica para melhor atender as necessidades do momento e evidenciar o apoio do Congresso.

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