A França voltou a pedir que o Irã não execute Sakineh (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 12h02.
Paris - O Ministério de Assuntos Exteriores francês afirmou nesta segunda-feira que a entrevista coletiva de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e do assassinato de seu marido, levanta dúvidas.
"As condições nas quais se desenvolveu a entrevista coletiva organizada pela justiça iraniana de Sakineh e de seu filho, que não responderam às perguntas dos jornalistas, levantam dúvidas", declarou um porta-voz do Governo francês.
A mesma fonte reiterou o pedido da França para que o Irã renuncie "de maneira definitiva à execução" de Sakineh, que "sempre defendeu seus direitos com coragem e com uma determinação que provocam a admiração de todos", acrescentou.
"O presidente da República, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro, François Fillon, e numerosas personalidades denunciaram publicamente o caráter negativo do apedrejamento e apoiaram a iraniana e a sua família", acrescentou o porta-voz.
Sakineh participou de uma entrevista coletiva em Tabriz no último sábado na qual anunciou que planeja entrar com uma ação contra os dois jornalistas alemães detidos quando tentaram entrevistar seu filho.
Os dois repórteres, que trabalham para a revista "Bild am Sonntag", foram presos no dia 10 de outubro, junto ao filho de Ashtiani, que foi libertado em 12 de dezembro.
No início foram acusados de espionagem, mas semanas atrás o Governo iraniano anunciou que os jornalistas só seriam acusados de entrada ilegal no país, já que chegaram como turistas e não solicitaram a permissão especial de imprensa que o Irã exige.