Paraguai quer independência energética de Brasil e Argentina
"O Paraguai precisa de independência energética para criar desenvolvimento e evitar a migração de seus filhos", disse Franco
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2013 às 20h45.
O presidente do Paraguai , Federico Franco, disse nesta terça-feira que seu país precisa de uma verdadeira independência energética de Brasil e Argentina para se desenvolver, por ocasião do 202º aniversário da Independência do país.
"O Paraguai necessita de uma verdadeira independência, e não necessita continuar cedendo sua energia para desenvolver cidades e capitais de seus vizinhos. O Paraguai exige, em nome dos Próceres de Maio, trazer esta energia para industrializar o país", disse o chefe de Estado.
Franco afirmou que o próximo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que assumirá no dia 15 de agosto, terá a missão de exigir transparência de Brasil e Argentina sobre os tratados firmados há mais de 40 anos para explorar as hidroelétricas binacionais de Itaipu e Yacyreta, respectivamente.
No momento, 90% da energia elétrica produzida por estas represas, construídas sobre o rio Paraná, é consumida por Brasil e Argentina.
"O Paraguai precisa de independência energética para criar desenvolvimento e evitar a migração de seus filhos".
Franco defendeu que a energia de Itaipu e de Yacyretá "já não deve ser motivo de negociação para saber quanto nos pagará Brasil ou Argentina, mas se vai gerar empregos, indústrias, valor agregado para que nossa gente não precise ir para o estrangeiro".
O presidente, que assistiu à parada militar e estudantil na avenida Marechal López de Assunção, afirmou que o Paraguai precisa desenvolver com urgência seu mercado de trabalho.
Após a revolta contra o poder espanhol, em 1811, o Paraguai se declarou independente do Reino de Espanha, mas Franco disse nesta terça que o país ainda não conseguiu sua verdadeira independência.
"O Paraguai necessita de uma verdadeira independência dos produtores, uma independência do tráfico de drogas, uma independência sem bolivarianos", destacou Franco em referência aos presidentes de Venezuela, Equador, Bolívia, Peru, Argentina e Brasil, que retiraram seus embaixadores de Assunção em junho do ano passado, após o impeachment relâmpago do então presidente, Fernando Lugo.
Os seis países qualificaram de "golpe parlamentar" a destituição de Lugo aprovada pelo Congresso e sua substituição por Franco, então vice-presidente.