Trump: "Só quatro dos outros 28 países-membros, sem contar os Estados Unidos, estão gastando o mínimo requerido em defesa, ou seja, 2% de seu PIB" (Carlos Barria / Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2016 às 16h15.
Washington - O empresário Donald Trump, pré-candidato favorito na corrida do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira que, se eleito, deixará claro aos países europeus que eles deverão se defender sozinhos se não assumirem mais custos na Otan.
"Após ser eleito presidente, convocarei uma cúpula com nossos aliados da Otan e outra separadamente com nossos aliados asiáticos. Eles não estão pagando a parte justa", afirmou Trump em discurso em Washington sobre suas ideias em política externa.
"Só quatro dos outros 28 países-membros, sem contar os Estados Unidos, estão gastando o mínimo requerido em defesa, ou seja, 2% de seu PIB", afirmou Trump, dizendo que isso deve ao fato de eles considerarem os EUA como "frágil e clemente".
"Gastamos trilhões de dólares em aviões, mísseis, navios, equipamentos, em nosso Exército para proporcionar uma forte defesa para a Europa e a Ásia. Os países que estamos defendendo devem pagar o custo desta defesa e, se não, os EUA devem estar preparados para deixar que esses países se defendam sozinhos", ressaltou o Trump.
Trump já tinha declarado suas ideias sobre a Otan, ao classificá-la em março como "obsoleta" e defender uma redução notável do papel americano na aliança transatlântica por considerar que ela "custa uma fortuna" para os EUA.
Além disso, em entrevista há um mês, Trump se mostrou aberto a permitir que Japão e Coreia do Sul tivessem seu próprio arsenal militar, evitando, portanto, que ambos dependessem do guarda-chuvas nuclear dos EUA para se defender da Coreia do Norte.
Os comentários geraram várias críticas, inclusive do presidente dos EUA, Barack Obama.
Nas cúpulas que Trump convocaria logo após chegar ao poder, o empresário disse que não só falará sobre um reequilíbrio dos compromissos financeiros, mas também estudará como os países podem adotar novas estratégias para abordar os desafios comuns.
"Por exemplo, conversaremos sobre como podemos atualizar a missão e a estrutura antiquadas da Otan, surgida na Guerra Fria, para enfrentar nossos desafios compartilhados, incluindo a migração e o terrorismo islâmico", completou o pré-candidato.