Hospital apoiado pelos Médicos Sem Fronteiras na Síria após bombardeio: "Nós rejeitamos categoricamente estas declarações", ressaltou Peskov (GHAITH OMRAN / AL-MAARRA TODAY / AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 09h27.
Moscou - O Kremlin negou nesta terça-feira que a aviação russa tenha bombardeado na segunda-feira um hospital administrado pelos Médicos sem Fronteiras (MSF) no norte da Síria e apontou para a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos como responsável do ataque.
"Neste caso é preciso se fixar no que diz a fonte primária, que para nós são as autoridades sírias", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em alusão às palavras do embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad, que acusou a coalizão internacional de perpetrar o ataque contra o hospital.
O hospital da MSF em Maarat al Nuaman "foi destruído na realidade pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos", disse ontem o diplomata sírio à televisão russa.
Tanto a ONG internacional como o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos culparam a Rússia pelo ataque que deixou pelo menos sete mortos e oito desaparecidos.
"Nós rejeitamos categoricamente estas declarações", ressaltou Peskov.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciou ontem que outros três hospitais foram alvos dos ataques da aviação russa, que presta apoio aéreo à operação terrestre realizada pelo Exército sírio no terreno.
O Departamento de Estado americano condenou os ataques contra os hospitais no norte da Síria e expressou dúvidas sobre a vontade da Rússia para contribuir com a cessação das hostilidades no país árabe.
O governo turco foi além e acusou a Rússia de cometer "crimes de guerra" com seus bombardeios sobre hospitais, que causaram segundo Ancara a morte de mais de 30 civis e deixaram outros cem feridos.