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Para Rajoy, medidas são alicerces da recuperação espanhola

Presidente espanhol defendeu que ''é absolutamente indispensável reduzir o déficit público'' de 8,1% do PIB até 5,3%

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy: a Espanha precisará neste ano de ''quase 60 bilhões de euros emprestados'' (Javier Soriano/AFP)

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy: a Espanha precisará neste ano de ''quase 60 bilhões de euros emprestados'' (Javier Soriano/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 19h30.

Madri - O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, defendeu nesta segunda-feira as duras medidas adotadas em seus primeiros 100 dias à frente do Executivo, que considerou ''necessárias e imprescindíveis'' para a redução do déficit e para estabelecer ''os alicerces'' da recuperação econômica e da criação de emprego.

''Descumprir os acordos, os compromissos, faz você perder credibilidade'', afirmou Rajoy em reunião da direção do Partido Popular (PP) na qual apresentou o balanço de seus três primeiros meses de governo.

O líder conservador lembrou que hoje se completam 102 dias desde sua chegada ao Executivo, período no qual, segundo ele, houve ''mais reformas do que em sete anos'', e reprovou seu antecessor por não ter cumprido o compromisso de diminuir o déficit para 6% do PIB.

Por isso, ele defendeu que agora ''é absolutamente indispensável reduzir o déficit público'' de 8,1% do PIB até 5,3%, como exige a União Europeia, no horizonte de alcançar a meta de 3% em 2013.

Rajoy atribuiu parte da dureza dos cortes aprovados pelo fato de o governo anterior, presidido pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero, não ter atingido o limite de 6% de déficit. Caso tivesse conseguido, em 2012 a Espanha ''teria que economizar 18 bilhões de euros a menos, e em 2013, 10 bilhões a menos'', afirmou.

Neste contexto, Rajoy defendeu o Orçamento Geral do Estado para este ano, apresentado na última sexta-feira e que contempla um ajuste de 27,3 bilhões de euros, embora tenha reconhecido que ''há muitas coisas que agradam a poucos''.


A Espanha precisará neste ano de ''quase 60 bilhões de euros emprestados'', segundo o chefe do Executivo, que vê por isso necessário enviar um sinal da credibilidade do país.

As contas deste ano, que serão apresentadas amanhã ao Parlamento, no qual o PP tem maioria absoluta, preveem uma redução média de 16,9% da despesa dos ministérios, a modificação do imposto de sociedades às grandes empresas e um perdão fiscal - com um encargo de 10% - para regularizar as rendas não declaradas dentro e fora do país.

O escritório de estatística da União Europeia, o Eurostat, publicou hoje os últimos dados do desemprego correspondentes ao mês de fevereiro, nos quais a Espanha supera em mais do dobro a taxa média dos países da UE, com 23,6% de desempregados, contra 10,8% da zona do euro.

Segundo Rajoy, o objetivo prioritário de suas medidas é ''criar empregos e melhorar a situação econômica dos espanhóis'', que definiu como de ''extrema dificuldade'', e aos quais advertiu que ''este ano não vai ser bom''.

Entre seus planos imediatos citou a continuação das reformas, completando a do setor financeiro para que o crédito volte a fluir às pequenas e médias empresas e às famílias, com medidas para que a economia espanhola melhore sua competitividade.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que governou a Espanha de 2004 a dezembro de 2011, acusa Rajoy de ter empreendido uma ''contra-reforma'' com suas medidas, e hoje a vice-secretária-geral da legenda, Elena Valenciano, definiu seus primeiros 100 dias de governo como os do ''desengano''. 

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