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Para Greenpeace, Japão e Bolívia suavizaram posições em COP-16

Depois de negar a possibilidade de ampliação do Protocolo de Kyoto, japoneses diminuíram o tom nas negociações

O Japão não aceita a ampliação do Protocolo de Kyoto porque ele não inclui China e EUA (Uwe Hermann/Wikimedia Commons)

O Japão não aceita a ampliação do Protocolo de Kyoto porque ele não inclui China e EUA (Uwe Hermann/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 16h32.

Cidade do México - O coordenador de política climática do Greenpeace, Wendel Trio, afirmou nesta terça-feira que as delegações do Japão e da Bolívia - que na primeira semana de negociações da 16ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança Climática (COP-16) mostraram posições "radicais" - suavizaram suas posturas.

Em declarações à imprensa, Trio indicou que a delegação japonesa foi "surpreendida com a reação negativa" que provocou há poucos dias entre os participantes da cúpula quando insistiu em sua posição, aparentemente apoiada por Canadá e Rússia, de negar-se a considerar um segundo período de compromissos do Protocolo de Kioto, que expira em 2012.

Segundo o especialista, as titulares das agências de meio ambiente japonesas, que chegam nesta terça-feira à cidade mexicana de Cancún para participar do chamado segmento de "alto nível" da cúpula, "vêm com a intenção de acalmar os ânimos" e ser mais positivas.

Depois da rejeição à posição japonesa os negociadores e a delegação "nem assistiram a algumas sessões plenárias para não gerar mais controvérsia", ressaltou Trio.

O Japão defende a necessidade de um acordo global de redução de emissões vinculativo, mas se opõe a estabelecer um segundo período do Protocolo de Kioto, já que esse mecanismo só engloba 37 países desenvolvidos, e exclui os Estados Unidos (que não o assinaram) e a China (por ser um país em desenvolvimento), os dois maiores emissores de gases poluentes do planeta.

Nos primeiros dias da COP-16, a Bolívia também tinha exibido uma posição intransigente.

"A Bolívia, mais que qualquer outro membro da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) tomou posições radicais e fortes nas negociações", destacou o especialista do Greenpeace.

Os bolivianos se recusam a ter consultas informais através de mediadores e defendem a necessidade de as negociações serem realizadas diretamente entre os países.

Além disso, a Bolívia ressaltou que o Protocolo de Kioto é essencial e irrenunciável para o sucesso da cúpula, e qualificou alguns documentos preliminares de trabalho, a partir dos quais serão elaborados os da negociação, como "inaceitáveis".

Por outro lado, "Venezuela, Nicarágua, Equador e Cuba trataram de ser construtivos", afirmou Trio.

No entanto, "no fim de semana vimos uma mudança no tom da Bolívia e achamos que também está com vontade de conciliar. O país desempenhará o papel de linha dura e tentará defender suas posições, mas acho que tem vontade de se comprometer", ressaltou.

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