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Papa teme geração perdida de jovens desempregados

Pontífice disse nesta que o mundo corre o risco de perder uma geração de jovens para o desemprego e fez um pedido por uma cultura mais inclusiva

Argentino Francisco expressou preocupação com o número de jovens sem emprego e condenou a cultura "descartável", que também prejudica os idosos (Stefano Rellandini/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2013 às 11h27.

A bordo do avião papal - O papa Francisco disse nesta segunda-feira que o mundo corre o risco de perder uma geração de jovens para o desemprego e fez um pedido por uma cultura mais inclusiva, enquanto se dirigia ao Brasil na primeira viagem internacional de seu pontificado.

Falando a jornalistas a bordo de seu avião, o argentino Francisco expressou preocupação com o número de jovens sem emprego e condenou a cultura "descartável", que também prejudica os idosos.

"A crise mundial não está tratando os jovens bem... Nós estamos correndo o risco de ter uma geração que não trabalha. Do trabalho vem a dignidade de uma pessoa", disse Francisco aos jornalistas que acompanham o papa.

Embora a América Latina seja um bastião do catolicismo, a Igreja vem perdendo terreno nas últimas décadas para as denominações evangélicas.

Francisco, que sucedeu Bento 16 há cinco meses, vai passar uma semana no Brasil para comandar as celebrações da Jornada Mundial da Juventude, num momento em que muitos jovens do maior país católico do mundo têm realizado protestos contra as desigualdades econômicas no Brasil.

"Os jovens estão em crise no momento", disse o pontífice. "Nós todos nos acostumamos a essa cultura descartável. Nós fazemos a mesma coisa com os idosos, mas com todas estas pessoas sem trabalho, mesmo elas são afligidas por uma cultura onde tudo é descartável. Temos que acabar com este hábito de jogar coisas fora. Precisamos de uma cultura de inclusão." O desemprego dos jovens nos países desenvolvidos está tão grave que levou a Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a pedir mais ações dos governos, possivelmente incluindo um pagamento às empresas para contratar. O desemprego dos jovens na Grécia e Espanha está perto dos 60 por cento.

A Jornada Mundial da Juventude deve atrair mais de um milhão de visitantes ao Rio de Janeiro.

Francisco disse que os jovens não podem ser isolados. "Quando isolamos o jovem... tiramos dele a possibilidade de pertencimento, e os jovens têm de pertencer." O papa acrescentou: "Mas, mesmo no outro extremo da vida, os idosos são também o futuro de um povo." Desde que foi eleito, o novo papa sublinhou repetidamente que deseja uma Igreja humilde e tem evitado a tradicional pompa do Vaticano. Ele vai ficar hospedado no Brasil em um quarto semelhante ao utilizado por outros sacerdotes, em vez da suíte especial que os organizadores tinham preparado.

Francisco criou comissões especiais para reformar tanto o Banco do Vaticano, atingido por escândalos, como a conturbada burocracia central da Igreja.

No avião, ele declarou: "Precisamos fazer um esforço para incluir todos na sociedade, este é o sentido que eu quero trazer para esta viagem."

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A bordo do avião papal - O papa Francisco disse nesta segunda-feira que o mundo corre o risco de perder uma geração de jovens para o desemprego e fez um pedido por uma cultura mais inclusiva, enquanto se dirigia ao Brasil na primeira viagem internacional de seu pontificado.

Falando a jornalistas a bordo de seu avião, o argentino Francisco expressou preocupação com o número de jovens sem emprego e condenou a cultura "descartável", que também prejudica os idosos.

"A crise mundial não está tratando os jovens bem... Nós estamos correndo o risco de ter uma geração que não trabalha. Do trabalho vem a dignidade de uma pessoa", disse Francisco aos jornalistas que acompanham o papa.

Embora a América Latina seja um bastião do catolicismo, a Igreja vem perdendo terreno nas últimas décadas para as denominações evangélicas.

Francisco, que sucedeu Bento 16 há cinco meses, vai passar uma semana no Brasil para comandar as celebrações da Jornada Mundial da Juventude, num momento em que muitos jovens do maior país católico do mundo têm realizado protestos contra as desigualdades econômicas no Brasil.

"Os jovens estão em crise no momento", disse o pontífice. "Nós todos nos acostumamos a essa cultura descartável. Nós fazemos a mesma coisa com os idosos, mas com todas estas pessoas sem trabalho, mesmo elas são afligidas por uma cultura onde tudo é descartável. Temos que acabar com este hábito de jogar coisas fora. Precisamos de uma cultura de inclusão." O desemprego dos jovens nos países desenvolvidos está tão grave que levou a Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a pedir mais ações dos governos, possivelmente incluindo um pagamento às empresas para contratar. O desemprego dos jovens na Grécia e Espanha está perto dos 60 por cento.

A Jornada Mundial da Juventude deve atrair mais de um milhão de visitantes ao Rio de Janeiro.

Francisco disse que os jovens não podem ser isolados. "Quando isolamos o jovem... tiramos dele a possibilidade de pertencimento, e os jovens têm de pertencer." O papa acrescentou: "Mas, mesmo no outro extremo da vida, os idosos são também o futuro de um povo." Desde que foi eleito, o novo papa sublinhou repetidamente que deseja uma Igreja humilde e tem evitado a tradicional pompa do Vaticano. Ele vai ficar hospedado no Brasil em um quarto semelhante ao utilizado por outros sacerdotes, em vez da suíte especial que os organizadores tinham preparado.

Francisco criou comissões especiais para reformar tanto o Banco do Vaticano, atingido por escândalos, como a conturbada burocracia central da Igreja.

No avião, ele declarou: "Precisamos fazer um esforço para incluir todos na sociedade, este é o sentido que eu quero trazer para esta viagem."

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