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Papa Francisco volta à América com crença na justiça social

Papa quer levar a ternura "especialmente aos idosos, enfermos, presos, pobres e aos que são vítimas desta cultura do descarte"

Papa quer levar a ternura "especialmente aos idosos, enfermos, presos, pobres e aos que são vítimas desta cultura do descarte" (Dado Ruvic/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2015 às 16h22.

Depois de dois anos, o papa Francisco volta ao seu "querido" berço sul-americano com uma aclamada mensagem de "justiça social" para os pobres, em uma viagem que se incia neste domingo em um Equador agitado por protestos e que inclui também Bolívia e Paraguai.

O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história tem chegada prevista perto das 17h (hora de Brasília) no aeroporto Mariscal Sucre, 20 km ao leste de Quito.

Francisco, de 78 anos, e que estará no Equador até a quarta-feira, oferecerá ali sua primeira mensagem à América do Sul, aonde retorna após participar, em 2013, no Brasil, da Jornada Mundial da Juventude.

A América Latina concentra a maioria do 1,2 bilhão de católicos no mundo.

"Quero ser testemunha desta alegria do Evangelho e levar a ternura e o carinho de Deus, nosso Pai, especialmente aos seus filhos mais necessitados, aos idosos, aos enfermos, aos presos, aos pobres e aos que são vítimas desta cultura do descarte", antecipou o papa antes de fazer as malas.

Em sua nona viagem ao exterior, que se estenderá até 12 de julho, Francisco passará por Equador, Bolívia e Paraguai, países de maioria católica e com um histórico de pobreza e desigualdade que castiga principalmente a população indígena.

Aproximar-se das periferias

Desde de sua eleição como líder máximo dos católicos, em março de 2013, Francisco tem mostrado especial interesse em aproximar a Igreja da periferia e da defesa do meio ambiente, como ficou demonstrado em sua mais recente encíclica, que foi muito comemorada pelos governos de Quito e La Paz.

A Igreja equatoriana espera uma "mensagem forte" do papa "para que nos posicionemos realmente em movimento junto às periferias, aos fragilizados e aos mais pobres", disse à AFP o sacerdote David de la Torre, porta-voz da Conferência Episcopal Equatoriana para a visita papal.

A passagem do sumo pontífice pelo Equador coincide com um momento de agitação política.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, um confesso admirador de Francisco e que se descreve como um "católico humanista de esquerda", enfrenta há alguns meses protestos frequentes que exigem sua saída do poder pela rejeição à políticas de corte socialista que, segundo o governo, pretendem redistribuir a riqueza através da cobrança de impostos aos mais ricos.

O governo também se mobilizou para neutralizar o que Correa denunciou como uma tentativa de golpe.

A visita de Francisco será "uma grande oportunidade, e mais ainda com a mensagem do papa, para refletir sobre estarmos no continente mais cristão do mundo, mas ao mesmo tempo o mais desigual do mundo", disse Correa em uma entrevista publicada neste domingo.

Um Francisco de Assis com "justiça social"

Os equatorianos, que no caso de Quito decoraram suas casas e colocaram cartazes de boas-vindas, receberão pela segunda vez um papa depois da visita, em 1985, de João Paulo II. Na época, 94% da população se considerava católica, frente aos 80% que hoje afirmam seguir essa religião entre os 16 milhões de habitantes do país.

Este recuo foi em grande parte associado ao avanço das igrejas evangélicas, que conseguiram atrair milhares de indígenas andinos desencantados pela falta de atenção da hierarquia católica.

Francisco celebrará duas missas campais, uma em Guayaquil (sudoeste) nesta segunda-feira e a outra em Quito na terça-feira, à qual se espera que assistam três milhões de fiéis, incluindo milhares de colombianos e peruanos que cruzaram as fronteiras para vê-lo.

"Adoro a pregação do papa. Sou uma das que mais admira São Francisco de Assis e adoro porque faz tudo igual: a humildade, o amor, a visão de que a água seja sua irmã, que os pássaros sejam seus irmãos, que os cachorrinhos também", disse à AFP María Criollo, uma dona de casa de 44 anos ao entrar em uma igreja de Quito.

Criollo, que se orgulha de seu neto levar o mesmo nome de Francisco, pretende dormir na segunda-feira no parque Bicentenário de Quito e assegurar um bom lugar para escutar a mensagem papal. Em Guayaquil, também foi organizada uma vigília no parque de Los Samanes, onde acontecerá a missa a céu aberto.

Na sexta-feira, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, antecipou que durante sua viagem, o papa defenderá um desenvolvimento com "justiça social".

"Fará um convite para cuidar da Criação" e convidará os latino-americanos a buscar um desenvolvimento com "justiça social", visando a construir um mundo "que leve em conta os pobres", assegurou Parolin em uma entrevista à televisão do Vaticano.

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Depois de dois anos, o papa Francisco volta ao seu "querido" berço sul-americano com uma aclamada mensagem de "justiça social" para os pobres, em uma viagem que se incia neste domingo em um Equador agitado por protestos e que inclui também Bolívia e Paraguai.

O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história tem chegada prevista perto das 17h (hora de Brasília) no aeroporto Mariscal Sucre, 20 km ao leste de Quito.

Francisco, de 78 anos, e que estará no Equador até a quarta-feira, oferecerá ali sua primeira mensagem à América do Sul, aonde retorna após participar, em 2013, no Brasil, da Jornada Mundial da Juventude.

A América Latina concentra a maioria do 1,2 bilhão de católicos no mundo.

"Quero ser testemunha desta alegria do Evangelho e levar a ternura e o carinho de Deus, nosso Pai, especialmente aos seus filhos mais necessitados, aos idosos, aos enfermos, aos presos, aos pobres e aos que são vítimas desta cultura do descarte", antecipou o papa antes de fazer as malas.

Em sua nona viagem ao exterior, que se estenderá até 12 de julho, Francisco passará por Equador, Bolívia e Paraguai, países de maioria católica e com um histórico de pobreza e desigualdade que castiga principalmente a população indígena.

Aproximar-se das periferias

Desde de sua eleição como líder máximo dos católicos, em março de 2013, Francisco tem mostrado especial interesse em aproximar a Igreja da periferia e da defesa do meio ambiente, como ficou demonstrado em sua mais recente encíclica, que foi muito comemorada pelos governos de Quito e La Paz.

A Igreja equatoriana espera uma "mensagem forte" do papa "para que nos posicionemos realmente em movimento junto às periferias, aos fragilizados e aos mais pobres", disse à AFP o sacerdote David de la Torre, porta-voz da Conferência Episcopal Equatoriana para a visita papal.

A passagem do sumo pontífice pelo Equador coincide com um momento de agitação política.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, um confesso admirador de Francisco e que se descreve como um "católico humanista de esquerda", enfrenta há alguns meses protestos frequentes que exigem sua saída do poder pela rejeição à políticas de corte socialista que, segundo o governo, pretendem redistribuir a riqueza através da cobrança de impostos aos mais ricos.

O governo também se mobilizou para neutralizar o que Correa denunciou como uma tentativa de golpe.

A visita de Francisco será "uma grande oportunidade, e mais ainda com a mensagem do papa, para refletir sobre estarmos no continente mais cristão do mundo, mas ao mesmo tempo o mais desigual do mundo", disse Correa em uma entrevista publicada neste domingo.

Um Francisco de Assis com "justiça social"

Os equatorianos, que no caso de Quito decoraram suas casas e colocaram cartazes de boas-vindas, receberão pela segunda vez um papa depois da visita, em 1985, de João Paulo II. Na época, 94% da população se considerava católica, frente aos 80% que hoje afirmam seguir essa religião entre os 16 milhões de habitantes do país.

Este recuo foi em grande parte associado ao avanço das igrejas evangélicas, que conseguiram atrair milhares de indígenas andinos desencantados pela falta de atenção da hierarquia católica.

Francisco celebrará duas missas campais, uma em Guayaquil (sudoeste) nesta segunda-feira e a outra em Quito na terça-feira, à qual se espera que assistam três milhões de fiéis, incluindo milhares de colombianos e peruanos que cruzaram as fronteiras para vê-lo.

"Adoro a pregação do papa. Sou uma das que mais admira São Francisco de Assis e adoro porque faz tudo igual: a humildade, o amor, a visão de que a água seja sua irmã, que os pássaros sejam seus irmãos, que os cachorrinhos também", disse à AFP María Criollo, uma dona de casa de 44 anos ao entrar em uma igreja de Quito.

Criollo, que se orgulha de seu neto levar o mesmo nome de Francisco, pretende dormir na segunda-feira no parque Bicentenário de Quito e assegurar um bom lugar para escutar a mensagem papal. Em Guayaquil, também foi organizada uma vigília no parque de Los Samanes, onde acontecerá a missa a céu aberto.

Na sexta-feira, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, antecipou que durante sua viagem, o papa defenderá um desenvolvimento com "justiça social".

"Fará um convite para cuidar da Criação" e convidará os latino-americanos a buscar um desenvolvimento com "justiça social", visando a construir um mundo "que leve em conta os pobres", assegurou Parolin em uma entrevista à televisão do Vaticano.

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