Papa Francisco vira nome de bairro pobre em Buenos Aires
Trata-se de um assentamento que o pontífice visitava com frequência quando fazia seu trabalho pastoral como arcebispo
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 06h32.
Buenos Aires - Papa Francisco se tornou bairro em uma região pobre de Buenos Aires . Trata-se de um assentamento que ele visitava com frequência quando fazia seu trabalho pastoral como arcebispo da capital argentina e onde agora a população reivindica moradia digna.
"Escolhemos o nome do bairro entre todos os moradores. Nos identificados muito com o papa, já que ele conhece bem as necessidades das pessoas que vivem na pobreza", afirmou à Agência Efe Marcelo, um dos integrantes das quase mil famílias que vivem junto à Villa 20, no distrito de Lugano.
Cerca de 3.500 pessoas fizeram desses terrenos seu lar com a esperança que as autoridades cumpram a lei ditada em 2005 que diz que a região tem que ser urbanizada. As jovens famílias, a maioria com pelo menos dois filhos, são compostas de argentinos, bolivianos e paraguaios, principalmente.
"Nosso problema é o da moradia digna. As autoridades alegam que a região está contaminada e que, por isso, temos que sair daqui, mas nos cansamos de mentiras. Dizem que vão dar as casas, os anos passam, e nada é feito", denunciou Marcelo.
Aguardando que a Justiça dite ordem de despejo, os moradores do bairro papa Francisco enviarão uma carta ao pontífice, que em dezembro do ano passado reivindicou publicamente casas dignas para todas as famílias sem-teto, explicando a luta, e assim fazê-la aparecer "através de uma voz tão importante quanto a dele".
"A nossa luta é a mesma de todos os outros bairros pobres, a luta pela urbanização, que carecem de uma moradia digna para o povo", disse Marcelo.
Em grandes panelas aquecidas no fogo, os moradores preparam a comida comunitária, com alimentos doados por vizinhos da região, e o leite para as crianças, que repartem entre as jovens mães.
"As pessoas vivem com normalidade, dentro da situação em que nos encontramos", afirma Marcelo. "Não queremos nada de presente, só que urbanizem e que possamos pagar a luz, a água e a escritura da casa".
Fernando Murias, um dos três médicos que trabalham no local junto com uma enfermeira, afirma que, por enquanto, a situação está controlada, e que o problema virá no frio do inverno.
"Aqui há muitas meninas e mulheres grávidas. Ainda não há problemas sanitários, mas eles aparecerão com o frio. Estamos pegando informação sobre todos que podem ter antecedentes de bronquiolite para nos prepararmos", disse.
Os médicos se dividem por regiões e visitam as precárias casas construídas com madeira e chapa anotando os antecedentes clínicos dos moradores, com especial atenção às crianças.
"Quando existia aqui um ferro velho de carros, tivemos 14 casos de saturnismo (intoxicação com chumbo). Daí veio uma ordem judicial para o saneamento e a urbanização, que até agora não foi cumprida" denunciou Murias.
"Sem o apoio familiar esta situação não poderia ser mantida. São famílias jovens que contam com o apoio dos avôs, que ficam tomando conta do pedaço de terra enquanto os pais trabalham e as crianças estão no colégio", disse o médico.
Com uma missa, realizada pelo padre Franco, um dos conhecidos "padres da vila" que trabalham nas regiões marginalizadas de Buenos Aires, o bairro Papa Francisco foi inaugurado ontem.
"É uma excelente ideia apelar para o papa para dar notoriedade a situação desta gente e reivindicar que a igreja se envolva para encontrar uma solução para o problema", afirmou Murias antes de continuar com sua visita casa pelas casas.
Buenos Aires - Papa Francisco se tornou bairro em uma região pobre de Buenos Aires . Trata-se de um assentamento que ele visitava com frequência quando fazia seu trabalho pastoral como arcebispo da capital argentina e onde agora a população reivindica moradia digna.
"Escolhemos o nome do bairro entre todos os moradores. Nos identificados muito com o papa, já que ele conhece bem as necessidades das pessoas que vivem na pobreza", afirmou à Agência Efe Marcelo, um dos integrantes das quase mil famílias que vivem junto à Villa 20, no distrito de Lugano.
Cerca de 3.500 pessoas fizeram desses terrenos seu lar com a esperança que as autoridades cumpram a lei ditada em 2005 que diz que a região tem que ser urbanizada. As jovens famílias, a maioria com pelo menos dois filhos, são compostas de argentinos, bolivianos e paraguaios, principalmente.
"Nosso problema é o da moradia digna. As autoridades alegam que a região está contaminada e que, por isso, temos que sair daqui, mas nos cansamos de mentiras. Dizem que vão dar as casas, os anos passam, e nada é feito", denunciou Marcelo.
Aguardando que a Justiça dite ordem de despejo, os moradores do bairro papa Francisco enviarão uma carta ao pontífice, que em dezembro do ano passado reivindicou publicamente casas dignas para todas as famílias sem-teto, explicando a luta, e assim fazê-la aparecer "através de uma voz tão importante quanto a dele".
"A nossa luta é a mesma de todos os outros bairros pobres, a luta pela urbanização, que carecem de uma moradia digna para o povo", disse Marcelo.
Em grandes panelas aquecidas no fogo, os moradores preparam a comida comunitária, com alimentos doados por vizinhos da região, e o leite para as crianças, que repartem entre as jovens mães.
"As pessoas vivem com normalidade, dentro da situação em que nos encontramos", afirma Marcelo. "Não queremos nada de presente, só que urbanizem e que possamos pagar a luz, a água e a escritura da casa".
Fernando Murias, um dos três médicos que trabalham no local junto com uma enfermeira, afirma que, por enquanto, a situação está controlada, e que o problema virá no frio do inverno.
"Aqui há muitas meninas e mulheres grávidas. Ainda não há problemas sanitários, mas eles aparecerão com o frio. Estamos pegando informação sobre todos que podem ter antecedentes de bronquiolite para nos prepararmos", disse.
Os médicos se dividem por regiões e visitam as precárias casas construídas com madeira e chapa anotando os antecedentes clínicos dos moradores, com especial atenção às crianças.
"Quando existia aqui um ferro velho de carros, tivemos 14 casos de saturnismo (intoxicação com chumbo). Daí veio uma ordem judicial para o saneamento e a urbanização, que até agora não foi cumprida" denunciou Murias.
"Sem o apoio familiar esta situação não poderia ser mantida. São famílias jovens que contam com o apoio dos avôs, que ficam tomando conta do pedaço de terra enquanto os pais trabalham e as crianças estão no colégio", disse o médico.
Com uma missa, realizada pelo padre Franco, um dos conhecidos "padres da vila" que trabalham nas regiões marginalizadas de Buenos Aires, o bairro Papa Francisco foi inaugurado ontem.
"É uma excelente ideia apelar para o papa para dar notoriedade a situação desta gente e reivindicar que a igreja se envolva para encontrar uma solução para o problema", afirmou Murias antes de continuar com sua visita casa pelas casas.