Papa Francisco cumprimenta os fieis: nos últimos três anos chegaram ao Vaticano 1.800 denúncias de casos de abusos sexuais (Vincenzo Pinto/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2013 às 11h24.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco estimulou os diretores do Centro para a Proteção da Criança, criado pela Universidade Pontifícia Gregoriana para lutar contra os casos de pedofilia, a continuar com seu trabalho para a proteção de menores, informou o diretor do órgão, o jesuíta Hans Zollner.
Zollner foi hoje com vários colaboradores à missa que o papa Francisco oficiou na capela da Casa Santa Marta, onde está alojado, e no final da mesma lhe contaram o trabalho que realizam.
"O papa escutou com muita atenção, ressaltou que é um trabalho importante e nos encorajou a seguir adiante com o compromisso", afirmou Zollner, que acrescentou que as palavras de Bergoglio são a continuação das pronunciadas em 5 de abril, quando disse que pretende agir "com firmeza" contra os casos de abusos sexuais na Igreja Católica, seguindo a mesma linha de seu antecessor, Bento XVI.
No dia, o papa Francisco se reuniu com Gerhard Ludwig Muller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e durante o encontro, segundo informou o Vaticano, "pediu" ao dicastério que se ocupe dos casos de pedofilia na Igreja Católica a "siga a linha instaurada por Bento XVI (tolerância zero) e agir com firmeza contra os casos de abusos sexuais".
Segundo dados do "promotor de Justiça" (promotor) da Congregação para a Doutrina da Fé, Robert Oliver, nos últimos três anos chegaram ao Vaticano 1.800 denúncias de casos de abusos sexuais a menores por parte de clérigos e a maioria ocorreu entre 1965 e 1985.
O maior número de denúncias aconteceu em 2004, quando cerca de 800 chegaram ao dicastério vaticano, encarregado desse tipo de crime, e que enviou em 2011 a todas as Conferências Episcopais um guia para enfrentar, de maneira "coordenada e eficaz", os casos de padres pedófilos.
Em 2010, por ordem de Bento XVI, foi atualizada a legislação vaticana "De Delicta Graviora", de 2001, sobre os crimes mais graves contra a moral e os sacramentos, dentro da linha de "tolerância zero" contra os abusos.