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Papa critica o 'aburguesamento' dos cristãos

Papa Francisco proclama 802 santos em cerimônia de canonização e afirma que indiferença corrói as comunidades cristãs


	Francisco I em cerimônia na Praça de São Pedro: Papa marca recorde ao proclamar número tão elevado de santos 
 (Reuters/Stefano Rellandini)

Francisco I em cerimônia na Praça de São Pedro: Papa marca recorde ao proclamar número tão elevado de santos  (Reuters/Stefano Rellandini)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco proclamou neste domingos os primeiros santos de seu pontificado, 802, entre eles a colombiana Laura Montoya e a mexicana Guadalupe García Zavala, em cerimônia na qual disse que a indiferença corrói as comunidades cristãs e denunciou o 'aburguesamento' de muitos cristãos.

Apenas dois meses após ser eleito papa, Francisco marcou um recorde ao proclamar um número tão elevado de santos já em sua primeira cerimônia de canonizações.

Diante de cerca de 100 mil pessoas reunidas na praça de São Pedro, o Bispo de Roma proclamou a primeira santa colombiana, a freira Laura Montoya y Upegui (1874-1949), a também religiosa mexicana conhecida como Madre Lupita (1878-1963) e a 800 mártires italianos assassinados em 1480 a mãos dos otomanos por não renegarem a fé católica e abraçar a muçulmana.

A data de canonização dos 802 foi definida por Bento XVI em 11 de fevereiro, mesmo dia em que anunciou sua renúncia ao Pontificado. Por isso, são considerados os primeiros santos do papa Francisco e os últimos de Ratzinger.

Francisco disse que Laura Montoya foi instrumento de evangelização dos indígenas e ensina a vencer a indiferença e o individualismo.

'Ela nos mostra como ver o rosto de Jesus refletido no outro, a vencer a indiferença e o individualismo, que corrói as comunidades cristãs e nosso coração, e nos ensina a acolher todos sem preconceitos nem reservas, com autêntico amor, dando-lhes o melhor de nós mesmos e compartilhando com eles o que de mais valioso temos: Cristo e seu Evangelho', salientou.

Sobre Madre Lupita, o papa destacou a renúncia a uma vida cômoda para seguir o chamado de Jesus para se dedicar aos doentes, 'perante os quais se ajoelhava para servir-los com ternura e compaixão'.

'Quanto dano faz a vida cômoda! Quanto dano faz o bem-estar! O aburguesamento do coração nos paralisa. Madre Lupita, no entanto, renunciou a uma vida cômoda para servir aos doentes e abandonados e isso é tocar a carne de Cristo', enalteceu.

Sobre os mártires, o pontífice lembrou que rejeitaram renegar a própria fé e preferiram morrer. Após colocá-los como exemplo, pediu aos fiéis que conservem a fé em meio aos obstáculos e as incompreensões e denunciou que ainda são muitos os cristãos que sofrem violência em variadas partes do mundo.

Francisco afirmou que os cristãos têm que ser capazes de mostrar a fé 'com respeito, mas também com coragem' e disse ser necessário responder o mal com o bem.

Durante a reza do Regina Coeli - que substitui o Ângelus no Tempo Pascal -, o papa pediu que a vida seja respeitada desde o momento da concepção e que seja garantida proteção jurídica ao embrião, 'tutelando todo ser humano desde o primeiro momento de sua existência'.

Francisco adiantou que em defesa da vida humana será realizado nos dias 15 e 16 de junho no Vaticano a Jornada do Evangelium Vitae. EFE

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