Palestinos marcham contra a "Catástrofe", criação de Israel
Na tradicional "Marcha do Retorno", jovens caminharam para lembrar a perda de suas propriedades e o exílio com a criação do Estado de Israel, em 1948
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2016 às 17h48.
Ramala - Centenas de palestinos se reuniram neste sábado na cidade de Ramala no primeiro ato de lembrança na Cisjordânia da "Nakba" (Catástrofe), termo pelo qual os palestinos se referem à fundação do Estado de Israel em 1948.
Na tradicional "Marcha do Retorno", dezenas de jovens caminharam pela praça Yasser Arafat com tochas para lembrar a perda de suas propriedades e o exílio, e exigir o direito de retorno aos locais que deixaram, ou dos quais foram expulsos, no atual território de Israel.
Outros jovens carregavam grandes mapas da Palestina histórica com os distritos nos quais era dividida há mais de 70 anos, enquanto à frente deles caminhavam diferentes líderes com bandeiras palestinas.
"A Nakba ou Catástrofe, como nós a chamamos, representa a agressão israelense sobre o povo palestino, a separação do povo de sua terra, seu confisco através de assentamentos e do deslocamento do povo palestino", disse Mustafa Barghouti, dirigente político palestino.
"Em 1948, Israel deslocou 70% da população palestina, e agora estão voltando a fazer o mesmo na Cisjordânia. Não se conformaram prender 78% de nossa terra".
Segundo diferentes estudos, cerca de 400 mil a 750 mil palestinos foram deslocados de suas casas pela primeira guerra árabe-israelense de 1948, de acordo com a narrativa palestina porque as forças militares de Israel os expulsaram à força.
A narrativa israelense defende que a maioria migrou voluntariamente pelas consequências naturais da guerra ou inclusive obrigados pelos líderes dos países árabes vizinhos que invadiram Israel no dia da independência (no 14 de maio de 1948), após terminar o Mandato Britânico para a Palestina.
Distribuídos desde então por Cisjordânia, Gaza e vários países do Oriente Médio, os descendentes dos refugiados são mais de cinco milhões segundo as estatísticas da ONU.
As tradicionais "Marchas de Retorno" recriam a reivindicação palestina ao direito de retornar aos lares que tiveram em Israel, possibilidade que o país rejeita pela severa mudança demográfica que significaria e a consequente perda de sua condição de "Estado judeu", conforme define sua própria lei fundamental de 15 de maio de 1949 e a resolução 181 da ONU, de 29 de novembro de 1947, que inspirou sua fundação.
Em vez disso, Israel os aconselha a retornar ao futuro Estado palestino que terá de ser criado como resultado de negociações, que já duram mais de 20 anos.
A minoria árabe-israelense, os palestinos que ficaram em Israel em 1948, também começaram neste sábado as comemorações com duas passeatas.
Muitos desses palestinos, que hoje são mais de 1,5 milhão dos pouco mais de oito milhões da população israelense, ficaram deslocados dentro do próprio Estado israelense, dado que muitos de seus povos, especialmente os que tinham uma localização estratégica para o recém-criado Estado, ficaram sob regime de emergência militar. EFE
Ramala - Centenas de palestinos se reuniram neste sábado na cidade de Ramala no primeiro ato de lembrança na Cisjordânia da "Nakba" (Catástrofe), termo pelo qual os palestinos se referem à fundação do Estado de Israel em 1948.
Na tradicional "Marcha do Retorno", dezenas de jovens caminharam pela praça Yasser Arafat com tochas para lembrar a perda de suas propriedades e o exílio, e exigir o direito de retorno aos locais que deixaram, ou dos quais foram expulsos, no atual território de Israel.
Outros jovens carregavam grandes mapas da Palestina histórica com os distritos nos quais era dividida há mais de 70 anos, enquanto à frente deles caminhavam diferentes líderes com bandeiras palestinas.
"A Nakba ou Catástrofe, como nós a chamamos, representa a agressão israelense sobre o povo palestino, a separação do povo de sua terra, seu confisco através de assentamentos e do deslocamento do povo palestino", disse Mustafa Barghouti, dirigente político palestino.
"Em 1948, Israel deslocou 70% da população palestina, e agora estão voltando a fazer o mesmo na Cisjordânia. Não se conformaram prender 78% de nossa terra".
Segundo diferentes estudos, cerca de 400 mil a 750 mil palestinos foram deslocados de suas casas pela primeira guerra árabe-israelense de 1948, de acordo com a narrativa palestina porque as forças militares de Israel os expulsaram à força.
A narrativa israelense defende que a maioria migrou voluntariamente pelas consequências naturais da guerra ou inclusive obrigados pelos líderes dos países árabes vizinhos que invadiram Israel no dia da independência (no 14 de maio de 1948), após terminar o Mandato Britânico para a Palestina.
Distribuídos desde então por Cisjordânia, Gaza e vários países do Oriente Médio, os descendentes dos refugiados são mais de cinco milhões segundo as estatísticas da ONU.
As tradicionais "Marchas de Retorno" recriam a reivindicação palestina ao direito de retornar aos lares que tiveram em Israel, possibilidade que o país rejeita pela severa mudança demográfica que significaria e a consequente perda de sua condição de "Estado judeu", conforme define sua própria lei fundamental de 15 de maio de 1949 e a resolução 181 da ONU, de 29 de novembro de 1947, que inspirou sua fundação.
Em vez disso, Israel os aconselha a retornar ao futuro Estado palestino que terá de ser criado como resultado de negociações, que já duram mais de 20 anos.
A minoria árabe-israelense, os palestinos que ficaram em Israel em 1948, também começaram neste sábado as comemorações com duas passeatas.
Muitos desses palestinos, que hoje são mais de 1,5 milhão dos pouco mais de oito milhões da população israelense, ficaram deslocados dentro do próprio Estado israelense, dado que muitos de seus povos, especialmente os que tinham uma localização estratégica para o recém-criado Estado, ficaram sob regime de emergência militar. EFE