Países pedem a Mianmar acesso pleno para ajuda humanitária
Os membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU também pedem acesso para a missão que investiga violações cometidas contra os rohingyas
EFE
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 10h08.
Genebra - Os países-membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU pediram nesta sexta-feira ao governo de Mianmar que garanta "acesso humanitário pleno e sem restrições" ao país e a fazer o mesmo com a missão do organismo que investiga supostas violações cometidas contra a minoria muçulmana rohingya.
Em uma resolução adotada por consenso e sem necessidade de votação, os Estados-membros expressaram sua "grave preocupação" pelas recentes informações sobre sérias violações de direitos humanos em Mianmar, especialmente no estado de Rakhine, e pedem o fim da violência e o retorno seguro, rápido e voluntário de todos os refugiados e deslocados rohingyas.
Além disso, solicitaram ao governo birmanês, liderado de fato pela vencedora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, que "coopere plenamente com a missão" de investigação internacional da ONU, à qual deve "garantir acesso pleno, sem obstáculos e sem supervisão a todas as áreas e interlocutores".
Na sua apresentação perante o Conselho no último dia 19, o presidente da missão, Marzuki Darusman, também pediu às autoridades birmanesas que lhes deixem entrar no país para verificar as denúncias sobre os graves abusos cometidos contra a minoria muçulmana rohingya.
Enquanto isso, a missão enviou de maneira urgente uma equipe a Bangladesh para que reúna informação e verifique as denúncias do quase meio milhão de rohingyas foragidos a esse país desde 25 de agosto sobre os graves abusos supostamente cometidos pelas forças birmanesas em Rakhine.
A nova crise nesse estado birmanês começou em 25 de agosto, quando um ataque de um grupo insurgente rohingya contra estações policiais foi respondido com uma operação militar.
Darusman também pediu aos países-membros do Conselho que prolonguem por seis meses o mandato da missão, que agora será encerrada em setembro de 2018.
A missão se reuniu pela primeira vez apenas na semana de 21 de agosto, após ter sido criada em março para estabelecer os fatos e as circunstâncias de supostas violações de direitos humanos recentes por parte do exército e das forças de segurança em Mianmar, em particular em Rakhine.