Países pactuam documento para acordo sobre mudança climática
O objetivo final do acordo é conseguir que não haja aquecimento global maior do que 2º C, algo que cientistas acreditam ainda ser possível
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 13h37.
Genebra - Os 195 Estados-membros da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) conseguiram nesta semana pactuar um documento marco para negociar um acordo global de luta contra a mudança climática antes do fim de 2015.
'Estou extremamente encorajada pelo espírito construtivo e a rapidez que os negociadores trabalharam durante esta semana', disse em entrevista coletiva Christiana Figueres, secretária do Convenção de Mudança Climática da ONU (UNFCCC).
Para Christiana, os estados fizeram o que tinha sido proposto: definir e assumir um texto sobre o qual negociar, dado que o documento inicial era uma proposta dos copresidentes e não tinha sido aceita pelos países.
O problema para muitos, incluindo a União Europeia, que hoje mostrou sua frustração a respeito, é que a minuta contava com 38 páginas, mas a que está agora sobre a mesa, tem 86.
'O documento é maior e conta com todos os pontos de vista e, sobretudo, é assumido como próprio por todas as partes', respondeu Christiana;
O acordo deverá ser alcançado em Paris no final deste ano e entrará em vigor em 2020.
Até a reunião de Paris, haverá vários encontros: três formais - em junho, setembro e outubro-, onde serão discutidas e negociadas as bases do texto, e outros informais nos quais são esperados impulsos políticos.
'Agora o que necessitamos é aumentar as diretrizes políticas', disse Christiana, que confia nesses encontros informais para concretizar esses impulsos, entre outros, no Fórum das Principais Economias, o Diálogo Climático de Petersburgo; a Conferência de ministros africanos do Meio Ambiente; assim como as próximas reuniões do G7 e G20.
Concretamente, o objetivo final do acordo é conseguir que não haja um aquecimento global maior do que 2 graus centígrados, algo que os cientistas acreditam que ainda seja possível.
'O importante é que o documento de Paris esteja alinhado com as evidências científicas', advertiu Christiana.
Para alcançá-lo, ainda falta algo crucial, como todos os países apresentarem seus compromissos nacionais ou INDCs por sua sigla em inglês (Intended Nationally Determined Contributions) que cada nação deve remeter à ONU.
A ideia é que as grandes economias remetam esses compromissos antes do final março, e as médias e pequenas façam até 1 de outubro.
Uma vez recebidos, a secretaria que é dirigida por Christiana elaborará um relatório de sínteses, com o efeito agregado, que representa a soma destes compromissos para combater a mudança climática.
Um grande empecilho é que os países foram incapazes, até agora, de concordar que nos documentos devem conter as contribuições nacionais.
O texto de negociação que agora está sobre a mesa cobre as áreas de mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação.
Estima-se que serão necesssários cerca de US$ 100 bilhões de agora até 2020 para as medidas de adaptação e a luta contra o aquecimento climático.
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) confirmou na semana passada que 2014 foi o ano mais quente desde que este dado é registrado, o que reafirma a tendência de alta do aquecimento mundial. EFE
Genebra - Os 195 Estados-membros da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) conseguiram nesta semana pactuar um documento marco para negociar um acordo global de luta contra a mudança climática antes do fim de 2015.
'Estou extremamente encorajada pelo espírito construtivo e a rapidez que os negociadores trabalharam durante esta semana', disse em entrevista coletiva Christiana Figueres, secretária do Convenção de Mudança Climática da ONU (UNFCCC).
Para Christiana, os estados fizeram o que tinha sido proposto: definir e assumir um texto sobre o qual negociar, dado que o documento inicial era uma proposta dos copresidentes e não tinha sido aceita pelos países.
O problema para muitos, incluindo a União Europeia, que hoje mostrou sua frustração a respeito, é que a minuta contava com 38 páginas, mas a que está agora sobre a mesa, tem 86.
'O documento é maior e conta com todos os pontos de vista e, sobretudo, é assumido como próprio por todas as partes', respondeu Christiana;
O acordo deverá ser alcançado em Paris no final deste ano e entrará em vigor em 2020.
Até a reunião de Paris, haverá vários encontros: três formais - em junho, setembro e outubro-, onde serão discutidas e negociadas as bases do texto, e outros informais nos quais são esperados impulsos políticos.
'Agora o que necessitamos é aumentar as diretrizes políticas', disse Christiana, que confia nesses encontros informais para concretizar esses impulsos, entre outros, no Fórum das Principais Economias, o Diálogo Climático de Petersburgo; a Conferência de ministros africanos do Meio Ambiente; assim como as próximas reuniões do G7 e G20.
Concretamente, o objetivo final do acordo é conseguir que não haja um aquecimento global maior do que 2 graus centígrados, algo que os cientistas acreditam que ainda seja possível.
'O importante é que o documento de Paris esteja alinhado com as evidências científicas', advertiu Christiana.
Para alcançá-lo, ainda falta algo crucial, como todos os países apresentarem seus compromissos nacionais ou INDCs por sua sigla em inglês (Intended Nationally Determined Contributions) que cada nação deve remeter à ONU.
A ideia é que as grandes economias remetam esses compromissos antes do final março, e as médias e pequenas façam até 1 de outubro.
Uma vez recebidos, a secretaria que é dirigida por Christiana elaborará um relatório de sínteses, com o efeito agregado, que representa a soma destes compromissos para combater a mudança climática.
Um grande empecilho é que os países foram incapazes, até agora, de concordar que nos documentos devem conter as contribuições nacionais.
O texto de negociação que agora está sobre a mesa cobre as áreas de mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação.
Estima-se que serão necesssários cerca de US$ 100 bilhões de agora até 2020 para as medidas de adaptação e a luta contra o aquecimento climático.
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) confirmou na semana passada que 2014 foi o ano mais quente desde que este dado é registrado, o que reafirma a tendência de alta do aquecimento mundial. EFE