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Ocidentais temem instabilidade cada dia maior na Líbia

País está lutando para conter a violência entre grupos rivais enquanto militantes islâmicos ganham cada vez mais força no sul

Pessoas com bandeiras da Líbia durante um protesto contra a extensão de mandatos do Congresso Geral Nacional em frente a Suprema Corte, em Tripoli (Reuters)

Pessoas com bandeiras da Líbia durante um protesto contra a extensão de mandatos do Congresso Geral Nacional em frente a Suprema Corte, em Tripoli (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 18h31.

Roma - Países ocidentais expressaram preocupação nesta quinta-feira com o risco de as tensões na Líbia deixarem o país fora do controle se não houver um sistema político funcional, por isso exortaram o governo e facções rivais a iniciarem um diálogo.

Dois anos e meio após a queda do ex-líder Muammar Kadafi, o país norte-africano, rico em petróleo, está lutando para conter a violência entre grupos rivais enquanto militantes islâmicos ganham cada vez mais força no sul.

"A situação na Líbia é muito preocupante", disse a jornalistas o chanceler francês, Laurent Fabius, à margem de uma conferência em Roma para discutir a crise líbia.

Ele disse que a incerteza sobre a estabilidade, especialmente no sul, agravou uma situação política já instável, o que requer que as forças políticas líbias se unam para chegar a uma solução.

"Estamos pedindo aos líbios para conversarem uns com os outros e encontrarem uma solução estável", disse ele.

A conferência em Roma foi ofuscada pela crise na Ucrânia, com uma rodada agitada de conversações bilaterais à margem da conferência, culminando em uma reunião de 40 minutos entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

Com as disputas violentas entre as facções tribais rivais interrompendo as exportações de petróleo da Líbia, a falta de uma base política estável está causando crescente preocupação entre países ocidentais grandes consumidores de energia, entre os quais vários que estiveram envolvidos na derrubada de Kadafi.


"É extremamente importante pela simples razão de que o petróleo é claramente um motor essencial da economia", disse o representante do Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Hugh Robertson.

"Enquanto a economia permanecer retraída, isso significa que há uma grande quantidade de jovens na Líbia para quem não há um futuro viável dentro de um novo Estado democrático da Líbia."

Milícias

O governo fraco em Trípoli está lutando para controlar os antigos grupos rebeldes anti-Kadafi, que estão bem armados, e milícias islâmicas. Ao mesmo tempo, o Parlamento foi atacado no fim de semana por manifestantes que culpam os políticos pelo caos cada dia maior no país.

O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) Tarek Mitri disse que a situação na Líbia será discutida em uma reunião do Conselho de Segurança na segunda-feira.

"É preciso que haja também um consenso na Líbia para enfrentar o que parece ser um problema intratável de insegurança", disse ele.

No entanto, nenhuma decisão concreta foi divulgada após a reunião, além de vagas promessas de ajuda na segurança.

O ministro das Relações Exteriores líbio, Mohamed Abdulaziz, apontou para as dificuldades de criar uma cultura política estável em um país que recentemente passou por uma guerra civil, depois de quatro décadas de regime autoritário.

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