Estado Islâmico: conversas ilustram desejo de ir além da coalizão internacional que os EUA estabeleceram (Stringer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2014 às 16h07.
El-Arish - Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, aliados dos EUA no Oriente Médio, estão discutindo a criação de um pacto militar para deter militantes islâmicos, com a possibilidade de uma força conjunta para intervir em todo o Oriente Médio.
A aliança também serviria como uma demonstração de força para contrabalançar o Irã, seu rival tradicional, dominado pelos xiitas.
Dois países são vistos como potenciais cenários para a atuação da aliança, de acordo com altos funcionários militares egípcios.
Um é a Líbia, onde militantes islâmicos tomaram várias cidades, e outro é o Iêmen, onde os rebeldes xiitas suspeitos de ligações com o Irã tomaram o controle da capital.
As discussões refletem uma nova assertividade entre as potências sunitas da região, cujos governos, três anos de turbulência após a Primavera Árabe, têm visto o crescimento de militantes islâmicos sunitas e movimentos políticos islâmicos como uma ameaça.
As conversas também ilustram o desejo de ir além da coalizão internacional que os EUA estabeleceram para travar uma campanha aérea contra o grupo extremista Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão participando dos ataques na Síria.
As autoridades disseram que a aliança não tem a intenção de intervir nos dois países, mas de agir separadamente para conter outros pontos de extremistas.
Uma fonte informou à agência de notícias Associated Press que os governos estão estudando como negociar com a Líbia e que as conversas estavam "em curso sobre a cooperação mais ampla de como lidar com extremistas da região".
Todos falaram sob condição de anonimato porque as negociações são secretas.
O secretário de imprensa da Casa Branca, John Kirby, afirmou que não está cientes dessas conversas. Fonte: Associated Press.