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Países da UE respaldam acordo com Irã frente à posição de Trump

Para eles, o pacto entre o Grupo 5+1 e o Irã para garantir que seu programa nuclear tenha somente fins pacíficos "está sendo aplicado com sucesso"

Irã: em paralelo, a UE expressou sua preocupação pelo programa iraniano de mísseis (STR/Reuters)
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EFE

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 14h58.

Luxemburgo - Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) reafirmaram nesta segunda-feira seu compromisso em continuar aplicando o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano , frente à advertência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar seu apoio.

"A UE está comprometida em continuar a implementação total e efetiva de todas as partes do acordo", ressaltaram os ministros nas conclusões aprovadas em um conselho realizado em Luxemburgo.

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Para eles, o pacto entre o Grupo 5+1 (EUA, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) e o Irã para garantir que seu programa nuclear tenha somente fins pacíficos "está sendo aplicado com sucesso".

O acordo foi negociado durante 12 anos, com a UE como patrocinadora, e aprovado de forma unânime mediante a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.

"É crucial para a segurança da região", destacaram os ministros europeus, que ressaltaram que o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) verificou em oito ocasiões que o Irã "está cumprindo todos os seus compromissos" a respeito e seguindo um sistema de controle "integral e estrito".

Para o bloco, a suspensão das sanções a Teerã contempladas no tratado "tem um impacto positivo nas relações econômicas e comerciais com o Irã", além trazer de "benefícios para o povo iraniano".

Trump disse na última sexta-feira que está disposto a abandonar o acordo de forma definitiva se seus "defeitos" não forem corrigidos, e anunciou que, ainda que Washington não se retire por enquanto, eliminará a certificação que deve fazer regularmente ao Congresso quanto a suspensão de sanções ao Irã ser proporcional às medidas que o país toma.

Por outro lado, a UE considera que essa decisão deve ser considerada "no contexto de um processo interno dos EUA".

Assim, os ministros pediram aos EUA que "mantenham o seu compromisso" com o pacto e "considerem as implicações para a segurança" dos americanos, seus parceiros e da região antes de dar novos passos.

Em paralelo, a UE expressou sua preocupação pelo programa iraniano de mísseis, mas pediram que esse caso seja abordado à parte do acordo nuclear.

"Em tempos de ameaça nuclear aguda, a UE está decidida a preservar o acordo com o Irã como um pilar chave da arquitetura internacional de não proliferação".

A alta representante do bloco para a Política Exterior, Federica Mogherini, insistiu que não contempla o término do acordo, mas "que todas as partes continuem o aplicando", e manifestou que não prevê "alternativas".

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, pediu à UE que "pressione" o Congresso americano para que mantenha seu apoio ao pacto.

Em entrevista coletiva, Mogherini confirmou que irá a Washington no início de novembro com esse propósito e que a UE "não está discutindo impor novas restrições ao Irã".

A representante do bloco indicou que, caso haja uma ameaça grave de "desmantelar" um acordo que "está funcionando" como o do Irã, a possibilidade de abrir alguma forma de "diálogo ou mediação" com a Coreia do Norte sobre o seu programa nuclear seria prejudicada.

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