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Países advertem Coreia do Norte contra disparo de míssil

A Coreia do Norte informou na terça-feira a três agências da ONU que lançará um foguete para colocar um satélite em órbita


	Kim Jong Un: "Enquanto esperam a resposta para o teste nuclear, também decidem disparar um míssil. O Norte costuma atingir duas vezes"
 (KCNA/Reuters)

Kim Jong Un: "Enquanto esperam a resposta para o teste nuclear, também decidem disparar um míssil. O Norte costuma atingir duas vezes" (KCNA/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 08h18.

Tóquio, Seul e Pequim se somaram nesta quarta-feira a Washington e alertaram a Coreia do Norte para as consequências do eventual disparo de um míssil balístico, semanas após Pyongyang realizar seu quarto teste nuclear.

A Coreia do Norte informou na terça-feira a três agências da ONU que lançará um foguete para colocar um satélite em órbita entre 8 e 25 de fevereiro.

Pyongyang insiste que se trata de um programa espacial de caráter exclusivamente científico, mas a comunidade internacional considera que os lançamentos são testes encobertos de mísseis balísticos.

Este anúncio ocorre num momento em que as Nações Unidas preparam uma resolução para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, após o anúncio de que havia realizado em 6 de janeiro passado seu quarto teste de uma bomba nuclear.

Um lançamento deste tipo teria "consequências reais" e seria "um argumento mais forte em favor de uma ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas", declarou o secretário de Estado americano adjunto para a Ásia, Danny Russel, afirmando que isso pode se traduzir em "duras sanções suplementares".

A China também expressou nesta quarta-feira sua profunda inquietação sobre os planos norte-coreanos. "Expressamos nossa profunda inquietação a respeito", disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Lu Kang.

Ele convocou Pyongyang a se abster de "ações que possam conduzir a uma escalada das tensões na península coreana".

O governo japonês reagiu com dureza. "Se a Coreia do Norte se obstinar a realizar este lançamento, será uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma séria provocação", disse o primeiro-ministro Shinzo Abe ante o Parlamento.

O ministério japonês da Defesa emitiu posteriormente uma ordem para destruir o míssil "se ficar confirmado que cairá sobre o território japonês".

Pouco antes, o governo da Coreia do Sul em uma declaração oficial havia convocado a Coreia do Norte a renunciar ao projeto, argumentando que "todo lançamento utilizando tecnologia balística é uma violação das resoluções da ONU".

Aniversário de Kim Jong-Il

"É um comportamento típico", estima John Delury, professor associado da Universidade Yonsei de Seul. "Enquanto esperam a resposta para o teste nuclear, também decidem disparar um míssil. O Norte costuma atingir duas vezes".

Segundo a informação fornecida pelo regime norte-coreano, o lançamento será realizado pela manhã, entre as 07h00 e as 12h00 locais (20h30-01h30 de Brasília).

As datas escolhidas sugerem que o lançamento coincidirá com 16 de fevereiro, aniversário do ex-líder Kim Jong-Il, pai do atual chefe de Estado, Kim Jong-Un.

As especulações na comunidade internacional sobre este lançamento foram crescendo nas últimas semanas devido às imagens de satélite que mostram um aumento da atividade na estação de lançamento de Sohae.

Desde o início de 2013, a Coreia do Norte aumentou as capacidades da base de Sohae, que agora pode lançar foguetes a uma distância maior e com cargas mais pesadas.

Mas a maioria dos especialistas acredita que Pyongyang ainda está longe de alcançar a capacidade de enviar mísseis balísticos intercontinentais.

"A Coreia do Norte ainda está longe de poder atacar o território americano", explicou Siegfried Hecker, um dos principais especialistas ocidentais sobre o programa norte-coreano.

"Só realizou um lançamento espacial com êxito. Precisa de muito mais, mas fez um grande esforço nesta direção", indicou.

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