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País tem energia para crescer 7% ao ano até 2014

Um dos organizadores do leilão de energias alternativas, Maurício Tolmasquin defendeu que situação energética do Brasil é tranquila

Apesar do leilão de energia alternativa, as usinas hidrelétricas continuam a dominar a matriz energética brasileira (Divulgação)

Apesar do leilão de energia alternativa, as usinas hidrelétricas continuam a dominar a matriz energética brasileira (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - O Brasil já tem energia suficiente para crescer 7% ao ano até 2014. A declaração é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, feita após o encerramento do 2º Leilão de Fontes Alternativas de Energia e do 3º Leilão de Energia de Reserva.

"Se depender da energia, o país pode crescer até 2014, com o que foi contratado, a uma taxa de 7% ao ano", disse Tolmasquim na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo. Os leilões, concluídos no fim da noite de ontem (26), foram organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Já estávamos bem para o período 2011-2014. Agora, com esse leilão, estamos ótimos, estamos com excedente até grande, e excedente de energia renovável", comemorou Tolmasquim.

Nos dois dias de pregão, iniciado quarta-feira (25), o preço médio do megawatt/ hora (MWh) ficou em R$ 133,56. A energia produzida pelas usinas de bagaço de cana (biomassa) foram comercializadas, em média a R$ 144,20 o MWh, a energia eólica - a mais barata - a R$ 130,86, e a das pequenas centrais hidrelétricas (PHC) a R$ 141,93 o MWh.

De toda a energia negociada, as usinas eólicas ficaram com 70% (25% com as de biomassa e 5% com as PCH) e surpreenderam o presidente da EPE. "Esse leilão, a meu ver, quebra paradigmas. A questão que me surpreendeu foi a fonte eólica, entre as chamadas fontes alternativas, ter se mostrado a mais barata, mais barata inclusive que a biomassa e a PCH", disse.

Segundo Tolmasquim, o barateamento do preço da energia eólica no país pode ser explicado, entre outras coisas, pela chegada de investidores do setor que não conseguiram expandir seus negócios na Europa, em razão da crise de 2008, e viram no Brasil uma oportunidade. Ele também destaca a vantagem natural brasileira.

"O mesmo aerogerador, o mesmo equipamento produz o dobro de energia no Brasil que na Euorpa, e é razoável que aqui o preço seja metade de lá. Isso por causa das condições de vento. Sem subsídio. Valendo-se de uma vantagem natural".

Com os leilões de quarta-feira e ontem (26), o país adquiriu, em capacidade instalada, uma potência de 2.892,2 megawatts. Os negócios no pregão giraram R$ 26,9 bilhões, e os investimentos totalizaram R$ 2,8 bilhões.

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