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Otan diz que reforço no leste europeu é resposta à Rússia

"Tudo o que fizermos para reforçar nossa proteção coletiva estabelecendo esta nova força (de desdobramento rápido) será defensivo", disse secretário-geral


	Jens Stoltenberg: este é "um momento muito crítico para a segurança da Europa e de todo o mundo"
 (Francois Lenoir/Reuters)

Jens Stoltenberg: este é "um momento muito crítico para a segurança da Europa e de todo o mundo" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 14h57.

Bruxelas - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta quinta-feira que o reforço de soldados aliados no leste da Europa é uma ação meramente defensiva, uma resposta ao comportamento da Rússia na crise ucraniana e que está de acordo com as "obrigações internacionais" da organização.

"Tudo o que fizermos para reforçar nossa proteção coletiva estabelecendo esta nova força (de desdobramento rápido) será defensivo", disse Stoltenberg ao chegar para uma reunião de ministros da Defesa aliados em Bruxelas.

"É uma reposta ao que vimos na Rússia durante algum tempo e corresponde a nossas obrigações internacionais", acrescentou.

Os ministros discutirão a preparação de uma nova força que poderá ser desdobrada em questão de dias nas fronteiras do leste e sul da Otan, além do estabelecimento de seis unidades de comando e controle em seis Estados-membros no leste da Europa.

"Isto responde às ações da Rússia violando a lei internacional e anexando a Crimeia (península ucraniana)", afirmou Stoltenberg, para quem a organização tem que "adaptar" sua "postura e forças" pois o mundo mudou - mais precisamente o "entorno de segurança" da Europa.

Segundo o secretário-geral, o "aumento da presença militar no leste da Aliança", de modo que suas forças estejam "mais disponíveis" e que possam "ser desdobradas em questão de dias", tem como objetivo garantir um dos princípios fundamentais da Otan: a defesa coletiva de seus membros.

Stoltenberg explicou que a nova força de alta disposição da Otan, conhecida como "ponta de lança", permitirá o desdobramento em dias de cinco mil soldados para fazer frente a qualquer ameaça, vinda do leste (Rússia) ou do sul (Oriente Médio ou África).

Além disso, as unidades de comando e controle, que não teriam mais de 40 militares e manteriam no terreno material necessário para facilitar o desdobramento de mais tropas, serão instaladas na Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Bulgária.

"Permitirão que as forças da Otan possam ser desdobradas mais rápido" e também servirão para "coordenar exercícios internacionais", disse Stoltenberg, além de servir como "vínculo entre a defesa nacional e as forças multinacionais da Otan".

"Temos a determinação de defender a todos os aliados de qualquer ameaça que venha de qualquer direção", garantiu.

O secretário-geral disse que este é "um momento muito crítico para a segurança da Europa e de todo o mundo".

"Na Ucrânia a violência está piorando e a crise está se aprofundando. A Rússia segue fazendo caso omisso para as normas internacionais e apoiando os separatistas com armamento avançado, treinamento e soldados", acusou.

Enquanto isso, no norte da África "o extremismo violento está se estendendo" e "em nossos próprios países" houve atos terroristas.

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