Mundo

Otan acusa a China de desafiar seus interesses e segurança

A Otan também acusa Pequim de trabalhar com a Rússia para minar a ordem internacional

Bandeira da Otan: Xi Jinping: "As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Otan (Yves Herman/Reuters)

Bandeira da Otan: Xi Jinping: "As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Otan (Yves Herman/Reuters)

A

AFP

Publicado em 29 de junho de 2022 às 12h05.

Última atualização em 29 de junho de 2022 às 12h17.

A China representa um desafio à segurança e aos interesses da Otan com suas "ambições declaradas e políticas coercitivas", afirmaram os 30 aliados da Aliaça Atlântica em seu novo Conceito Estratégico, divulgado nesta quarta-feira, 29, em sua cúpula de Madri.

"As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos próximos anos.

A China "emprega uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e projetar poder, mantendo ao mesmo tempo a opacidade sobre sua estratégia, intenções e desenvolvimento militar", argumenta a Aliança.

O documento também sustenta que a China "procura controlar setores tecnológicos e industriais, infraestruturas críticas e material estratégico e cadeias de suprimentos. Utiliza sua influência econômica para criar dependências".

A Otan também acusa Pequim de trabalhar com a Rússia para minar a ordem internacional.

"O aprofundamento da parceria estratégica entre a República Popular da China e a Federação Russa e suas tentativas de minar a ordem internacional (...) são contrários aos nossos valores e interesses", sentencia a Aliança.

Com a sua inclusão no Conceito Estratégico, a Otan orienta pela primeira vez seu olhar para a força crescente de Pequim, embora o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, tenha dito que "a China não é um adversário".

"Mas é claro", acrescentou, "temos de levar em conta as consequências para a nossa segurança quando vemos que a China investe pesadamente em poder militar moderno, mísseis de longo alcance ou armas nucleares, e também tenta controlar infraestruturas estratégicas, por exemplo o 5G", a rede de última geração.

John Kirby, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, lembrou que "o Conceito Estratégico não é atualizado desde 2010, e o mundo era muito diferente naquela época".

Refletindo esta evolução da Aliança, a Coreia do Sul e o Japão participam pela primeira vez de uma cúpula da Otan.

Acompanhe tudo sobre:ChinaOtan

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia