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Os principais escândalos da era Blatter na FIFA

O indiciamento de 14 pessoas por suspeita de corrupção, incluindo sete funcionários da FIFA, faz parte de uma lista de casos dentro da gestão de Joseph Blatter

O presidente da Fifa, Joseph Blatter: Blatter está à frente da instituição desde 1998 (Kirill Kudryavtsev/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 20h36.

O indiciamento de 14 pessoas por suspeita de corrupção, incluindo sete funcionários da FIFA presos nesta quarta-feira em Zurique, e a apreensão de documentos eletrônicos na sede da FIFA fazem parte de uma lista de casos salpicando a presidência de Joseph Blatter , à frente da instituição desde 1998.

. Casos Mastercard e ISL

O diretor de marketing Jerôme Valcke partiu no final de 2006 após um controverso caso de contratos envolvendo as rivais MasterCard e Visa. Seis meses depois, ele foi nomeado secretário-geral da FIFA.

ISL era a empresa que geria os direitos de distribuição e comercialização da Copa do Mundo até falir em 2001. Em 2010, a justiça suíça demonstrou que João Havelange, ex-presidente da FIFA (1974-1998) e Ricardo Teixeira, presidente da poderosa federação brasileira (1989-2012), receberam propinas em troca de contratos de direitos televisivos exclusivos para a Copa do Mundo. Mas encerra o caso por causa das deficiências da legislação suíça na época.

Uma investigação feita pelo comitê de ética da FIFA, que inclui Nicolas Leoz (presidente da Confederação Sul-Americana entre 1986 e 2013), chegaram às mesmas conclusões, dado que a FIFA não tinha código de ética antes do outono (austral) de 2004, e livra Joseph Blatter.

. Caso Bin Hammam

O empresário catariano Mohamed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática (AFC), surge como rival de Blatter na eleição presidencial de maio de 2011. O Comitê de Ética da FIFA, que o acusa de compra de votos na Concacaf (Confederação norte-americana), abre pouco antes um processo contra ele e Jack Warner, presidente da Concacaf e então vice-presidente da FIFA.

Com a aproximação das eleições, tudo se acelera. Em 27 de maio, a pedidos de Bin Hammam, um processo também é aberto contra Blatter. Em 28 de maio, "MBH" se retira do páreo. Em 29 de maio, o comitê de ética da FIFA decide: Blatter é inocentado, Bin Hammam e Warner são suspensos durante o período da investigação.

Em 23 de julho Bin Hammam, condenado, está banido para sempre de qualquer atividade ligada ao futebol. Mas em julho de 2012 o Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) anulou a sanção por falta de "provas diretas". O catariano foi banido definitivamente no final de 2012, sob acusações de peculato na Confederação Asiática e como membro do Comitê Executivo da FIFA entre 2008 e 2011.

Warner, também acusado em outros casos de usar sua posição nas instâncias do futebol para ganho pessoal, previu um "tsunami" caso fosse indiciado. Mas em junho de 2011, ele pede demissão de todos seus mandatos relacionados ao futebol. "Warner, tendo ele mesmo escolhido se demitir, terá encerrados todos os processos instruídos contra ele pela Comissão de Ética e a presunção de inocência permanece", comentou a FIFA.

. Copa do Mundo no Catar

A novela começou em novembro de 2010: dois membros do comitê executivo da FIFA, o taitiano Reynald Temarii e Amos Adamu da Nigéria, foram suspensos por um ano e três anos, respectivamente, por violação do código de ética, por suspeita de suborno no próxima atribuição das Copas de 2018 e 2022.

Em 2 de dezembro de 2010, o Mundial de 2022 é atribuído ao Catar para surpresa de todos. Na sequência, a imprensa britânica lança acusações de corrupção.

A FIFA se recusa a princípio a olhar para o caso, antes de instituir uma nova comissão de ética. Em julho de 2012, ela abre uma investigação sobre as condições de atribuição das Copas do Mundo em 2018 (Rússia) e 2022, sob a orientação de Michael Garcia, um ex-promotor em Nova York.

Em novembro de 2014, Hans-Joachim Eckert, presidente da câmara decisória do Comitê de Ética, encontra no relatório de Garcia "comportamentos duvidosos" mas nada que ateste contra o processo de atribuição. Garcia denuncia uma apresentação "errônea e incompleta" de sua investigação e pede uma publicação integral. Em 17 de dezembro, ele pede demissão. Em 19 de dezembro, Blatter aceita uma publicação do relatório Garcia no futuro, mas "de forma apropriada".

Última reviravolta nesta quarta-feira: a procuradoria suíça apreende documentos eletrônicos na sede da FIFA em Zurique, como parte de um processo penal por suspeita "de lavagem de dinheiro e má gestão" em torno das competências das duas Copas do Mundo. Este processo, aberto desde 10 de março, não havia sido tornado público desde então.

. Ofensiva americana

Ainda nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entra em jogo: ele indicia por corrupção nove eleitos atuais ou antigos da FIFA, incluindo Warner e Leoz e cinco funcionários de empresas de marketing esportivo. A seu pedido, a justiça suíça realiza sete prisões (5 sul-americanos, dois britânicos).

Segundo as autoridades suíças, este sete funcionários são suspeitos de terem recebido propina entre 1990 e hoje. As acusações referem-se especialmente às atribuições de Copas do Mundo, marketing e direitos de televisão, mas também esquemas eletrônicos, fatos de extorsão e lavagem de dinheiro.

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. Casos Mastercard e ISL

O diretor de marketing Jerôme Valcke partiu no final de 2006 após um controverso caso de contratos envolvendo as rivais MasterCard e Visa. Seis meses depois, ele foi nomeado secretário-geral da FIFA.

ISL era a empresa que geria os direitos de distribuição e comercialização da Copa do Mundo até falir em 2001. Em 2010, a justiça suíça demonstrou que João Havelange, ex-presidente da FIFA (1974-1998) e Ricardo Teixeira, presidente da poderosa federação brasileira (1989-2012), receberam propinas em troca de contratos de direitos televisivos exclusivos para a Copa do Mundo. Mas encerra o caso por causa das deficiências da legislação suíça na época.

Uma investigação feita pelo comitê de ética da FIFA, que inclui Nicolas Leoz (presidente da Confederação Sul-Americana entre 1986 e 2013), chegaram às mesmas conclusões, dado que a FIFA não tinha código de ética antes do outono (austral) de 2004, e livra Joseph Blatter.

. Caso Bin Hammam

O empresário catariano Mohamed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática (AFC), surge como rival de Blatter na eleição presidencial de maio de 2011. O Comitê de Ética da FIFA, que o acusa de compra de votos na Concacaf (Confederação norte-americana), abre pouco antes um processo contra ele e Jack Warner, presidente da Concacaf e então vice-presidente da FIFA.

Com a aproximação das eleições, tudo se acelera. Em 27 de maio, a pedidos de Bin Hammam, um processo também é aberto contra Blatter. Em 28 de maio, "MBH" se retira do páreo. Em 29 de maio, o comitê de ética da FIFA decide: Blatter é inocentado, Bin Hammam e Warner são suspensos durante o período da investigação.

Em 23 de julho Bin Hammam, condenado, está banido para sempre de qualquer atividade ligada ao futebol. Mas em julho de 2012 o Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) anulou a sanção por falta de "provas diretas". O catariano foi banido definitivamente no final de 2012, sob acusações de peculato na Confederação Asiática e como membro do Comitê Executivo da FIFA entre 2008 e 2011.

Warner, também acusado em outros casos de usar sua posição nas instâncias do futebol para ganho pessoal, previu um "tsunami" caso fosse indiciado. Mas em junho de 2011, ele pede demissão de todos seus mandatos relacionados ao futebol. "Warner, tendo ele mesmo escolhido se demitir, terá encerrados todos os processos instruídos contra ele pela Comissão de Ética e a presunção de inocência permanece", comentou a FIFA.

. Copa do Mundo no Catar

A novela começou em novembro de 2010: dois membros do comitê executivo da FIFA, o taitiano Reynald Temarii e Amos Adamu da Nigéria, foram suspensos por um ano e três anos, respectivamente, por violação do código de ética, por suspeita de suborno no próxima atribuição das Copas de 2018 e 2022.

Em 2 de dezembro de 2010, o Mundial de 2022 é atribuído ao Catar para surpresa de todos. Na sequência, a imprensa britânica lança acusações de corrupção.

A FIFA se recusa a princípio a olhar para o caso, antes de instituir uma nova comissão de ética. Em julho de 2012, ela abre uma investigação sobre as condições de atribuição das Copas do Mundo em 2018 (Rússia) e 2022, sob a orientação de Michael Garcia, um ex-promotor em Nova York.

Em novembro de 2014, Hans-Joachim Eckert, presidente da câmara decisória do Comitê de Ética, encontra no relatório de Garcia "comportamentos duvidosos" mas nada que ateste contra o processo de atribuição. Garcia denuncia uma apresentação "errônea e incompleta" de sua investigação e pede uma publicação integral. Em 17 de dezembro, ele pede demissão. Em 19 de dezembro, Blatter aceita uma publicação do relatório Garcia no futuro, mas "de forma apropriada".

Última reviravolta nesta quarta-feira: a procuradoria suíça apreende documentos eletrônicos na sede da FIFA em Zurique, como parte de um processo penal por suspeita "de lavagem de dinheiro e má gestão" em torno das competências das duas Copas do Mundo. Este processo, aberto desde 10 de março, não havia sido tornado público desde então.

. Ofensiva americana

Ainda nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entra em jogo: ele indicia por corrupção nove eleitos atuais ou antigos da FIFA, incluindo Warner e Leoz e cinco funcionários de empresas de marketing esportivo. A seu pedido, a justiça suíça realiza sete prisões (5 sul-americanos, dois britânicos).

Segundo as autoridades suíças, este sete funcionários são suspeitos de terem recebido propina entre 1990 e hoje. As acusações referem-se especialmente às atribuições de Copas do Mundo, marketing e direitos de televisão, mas também esquemas eletrônicos, fatos de extorsão e lavagem de dinheiro.

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