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Os números da crise humanitária no Mediterrâneo em 2015

Dados atualizados mostram que mais de 500 mil refugiados e imigrantes se arriscaram em alto mar por uma vida melhor na Europa


	Sírio segura criança após desembarcar na Grécia: país é o que mais recebeu refugiados e imigrantes que atravessaram o Mediterrâneo
 (REUTERS/Yannis Behrakis)

Sírio segura criança após desembarcar na Grécia: país é o que mais recebeu refugiados e imigrantes que atravessaram o Mediterrâneo (REUTERS/Yannis Behrakis)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 12h41.

São Paulo – 515 mil refugiados e imigrantes arriscaram suas vidas para atravessar o Mar Mediterrâneo apenas neste ano. Os números atualizados foram revelados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Daqueles que tentam chegar à Europa por mar, 54% vêm da Síria, 13% do Afeganistão e 7% da Eritreia. Iraque, Nigéria e Paquistão aparecem com 3%, enquanto que cidadãos da Somália e Sudão representam 2% dessas pessoas.

Ainda de acordo com a agência, 69% dos refugiados e imigrantes são homens, 18% são crianças e 13% são mulheres. Setembro de 2015 é, até o momento, o mês que registrou o maior número de chegadas por mar: foram quase 162 mil contra apenas 34 mil em igual período no ano passado.

Dentre os países que mais receberam refugiados e imigrantes recém-chegados estão a Grécia, com 383 mil, a Itália, com quase 130 mil, e a Espanha, com pouco mais de 2 mil.

Grécia

O levantamento da agência mostra ainda que as principais rotas de chegada ao país vêm da Turquia e os primeiros pontos de desembarque são a ilha de Lesbos, que já recebeu quase 208 mil pessoas neste ano, e Samos, 52 mil. Em setembro, quase 150 mil chegaram à Grécia. Em 2014, foram menos de oito mil.

Do total desses refugiados e imigrantes, 71% são sírios e 18% vêm do Afeganistão. A maioria deles são homens (66%), seguido de crianças (21%) e mulheres (13%). Da Grécia, mostra a ACNUR, muitas dessas pessoas tentam ainda atravessar a Macedônia ou cruzam o mar novamente, mas dessa vez para a Itália.

Itália

Na Itália, o perfil de quem chega muda em relação ao que é observado na Grécia. Se em solo grego a maioria vêm da Síria, na Itália a esse grupo é da Eritreia, 26%. Nigerianos correspondem a 13% do total e os somalis vem logo em seguida com 8%. Os sírios aparecem apenas em quinto, com 6%.

Na comparação com 2014, a crise migratória na Itália parece ter desacelerado. Em setembro do ano passado, por exemplo, foram registradas 26 mil chegadas contra 13 mil observadas em 2015. A maioria das pessoas desembarca na Sicília (quase 80 mil), seguida da Calábria (22 mil).

União Europeia

O continente enfrenta a sua pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial, mas líderes europeus ainda não conseguiram entrar em um consenso sobre qual seria a solução adequada e eficiente para o problema.

Na semana passada, uma votação durante encontro de autoridades do bloco, foi aprovado um plano de distribuição de 120 mil refugiados e imigrantes entre os países membros. A medida, contudo, foi obtida apesar dos votos contra de países como Hungria e Eslovênia, que seguem firmes na posição de que não irão respeitar as cotas propostas.

Na visão da agência da ONU, o plano não fará muita diferença, especialmente quando se considera o montante de pessoas que chegou ao continente desde o dia primeiro de janeiro de 2015. “A essa altura da crise, isso não será suficiente para estabilizar a situação”, disse um porta-voz.

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