Origem da famosa lista de Schindler vai a leilão nos EUA
A lista livrou mais de mil judeus dos campos de concentração
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2013 às 07h53.
Washington - Uma rara coleção de documentos pertencentes ao industrial alemão Oskar Schindler, que está sendo leiloada esta semana nos Estados Unidos, lança luz sobre a origem de sua famosa lista, que livrou mais de mil judeus dos campos de concentração e revela sua estratégia para enganar as autoridades nazistas.
"Fazemos leilões há 30 anos todos os meses e nunca tínhamos tido documentos como estes: são realmente excepcionais", explicou à Agência Efe Bobby Livingston, vice-presidente da RR Auction, uma casa de leilões de New Hampshire.
O leilão, que tem como data final a próxima quarta-feira, já superou os US$ 24 mil, e Livingston afirmou que espera que o lance vencedor supere os US$ 50 mil.
Entre os documentos se destacam várias cartas datadas no verão de 1944 nas quais Schindler negocia com Amon Goeth, chefe do campo de concentração de Plaszow, no que hoje é Polônia, para manter operacional e ampliar sua fábrica da Cracóvia, na qual empregava mil judeus e, posteriormente, transferi-la a Brunnlitz, na atual República Tcheca.
Previamente, Schindler tinha conseguido que em sua fábrica, adquirida em 1939, os judeus permanecessem hospedados em vários barracões nos quais estavam a salvo das atrocidades que ocorriam em Plaszow, a poucos quilômetros da feitoria, em plena Segunda Guerra Mundial.
Também figuram os planos da ampliação das instalações em 1943 desenvolvidos pela empresa Siemens e neles se descobre sua intenção de aumentar a capacidade de alojamento de judeus para protegê-los.
No entanto, quando pouco depois e por meio de diversos subornos a funcionários nazistas, Schindler é informado do plano dos nazistas de liquidar os judeus perante o avanço iminente do exército russo em 1944 rumo à Polônia, o industrial decide agilizar os trâmites para solicitar a transferência.
Em uma das cartas, com o selo da fábrica de Schindler e sua própria assinatura em caneta, se assinala expressamente que um de seus empregados, Adam Dziedzic, recebeu "a autorização, por parte do comandante militar na Cracóvia, para instalar maquinaria de guerra e foi enviado a Brunnlitz. O certificado é temporariamente válido até 30 de setembro de 1944."
"Se não tivesse conseguido esta permissão, não teria havido lista de Schindler", disse à Efe David Crowe, historiador do Holocausto e biógrafo do industrial alemão, em referência ao famoso filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg, no qual se descreve as operações clandestinas para salvar a vida de cerca de 1.200 judeus e que obteve o Oscar de melhor filme.
Crowe declarou, além disso, que "é o primeiro documento que vi no qual se verifica este movimento e é extremamente importante já que pensava que (Schindler) tinha precisado de muito mais tempo conseguir a permissão".
O historiador explicou que estes arquivos permitem esclarecer a estratégia utilizada por Schindler e demonstram que seus planos foram desenvolvidos de maneira progressiva e em função das circunstâncias do conflito bélico.
Os documentos eram propriedade de um colecionador particular de Los Angeles. "Trata-se de um dos grandes colecionadores de autógrafos do mundo, que reconheceu a importância dos documentos quando os comprou dez anos atrás", comentou Livingston.
Embora não tenha revelado a identidade dos atuais interessados nos documentos, o vice-presidente da RR Auction se mostrou convencido que qualquer instituição judaica apreciaria a "enorme valia" dos objetos que estão sendo leiloados.
Washington - Uma rara coleção de documentos pertencentes ao industrial alemão Oskar Schindler, que está sendo leiloada esta semana nos Estados Unidos, lança luz sobre a origem de sua famosa lista, que livrou mais de mil judeus dos campos de concentração e revela sua estratégia para enganar as autoridades nazistas.
"Fazemos leilões há 30 anos todos os meses e nunca tínhamos tido documentos como estes: são realmente excepcionais", explicou à Agência Efe Bobby Livingston, vice-presidente da RR Auction, uma casa de leilões de New Hampshire.
O leilão, que tem como data final a próxima quarta-feira, já superou os US$ 24 mil, e Livingston afirmou que espera que o lance vencedor supere os US$ 50 mil.
Entre os documentos se destacam várias cartas datadas no verão de 1944 nas quais Schindler negocia com Amon Goeth, chefe do campo de concentração de Plaszow, no que hoje é Polônia, para manter operacional e ampliar sua fábrica da Cracóvia, na qual empregava mil judeus e, posteriormente, transferi-la a Brunnlitz, na atual República Tcheca.
Previamente, Schindler tinha conseguido que em sua fábrica, adquirida em 1939, os judeus permanecessem hospedados em vários barracões nos quais estavam a salvo das atrocidades que ocorriam em Plaszow, a poucos quilômetros da feitoria, em plena Segunda Guerra Mundial.
Também figuram os planos da ampliação das instalações em 1943 desenvolvidos pela empresa Siemens e neles se descobre sua intenção de aumentar a capacidade de alojamento de judeus para protegê-los.
No entanto, quando pouco depois e por meio de diversos subornos a funcionários nazistas, Schindler é informado do plano dos nazistas de liquidar os judeus perante o avanço iminente do exército russo em 1944 rumo à Polônia, o industrial decide agilizar os trâmites para solicitar a transferência.
Em uma das cartas, com o selo da fábrica de Schindler e sua própria assinatura em caneta, se assinala expressamente que um de seus empregados, Adam Dziedzic, recebeu "a autorização, por parte do comandante militar na Cracóvia, para instalar maquinaria de guerra e foi enviado a Brunnlitz. O certificado é temporariamente válido até 30 de setembro de 1944."
"Se não tivesse conseguido esta permissão, não teria havido lista de Schindler", disse à Efe David Crowe, historiador do Holocausto e biógrafo do industrial alemão, em referência ao famoso filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg, no qual se descreve as operações clandestinas para salvar a vida de cerca de 1.200 judeus e que obteve o Oscar de melhor filme.
Crowe declarou, além disso, que "é o primeiro documento que vi no qual se verifica este movimento e é extremamente importante já que pensava que (Schindler) tinha precisado de muito mais tempo conseguir a permissão".
O historiador explicou que estes arquivos permitem esclarecer a estratégia utilizada por Schindler e demonstram que seus planos foram desenvolvidos de maneira progressiva e em função das circunstâncias do conflito bélico.
Os documentos eram propriedade de um colecionador particular de Los Angeles. "Trata-se de um dos grandes colecionadores de autógrafos do mundo, que reconheceu a importância dos documentos quando os comprou dez anos atrás", comentou Livingston.
Embora não tenha revelado a identidade dos atuais interessados nos documentos, o vice-presidente da RR Auction se mostrou convencido que qualquer instituição judaica apreciaria a "enorme valia" dos objetos que estão sendo leiloados.