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Organizações pedem que Arábia Saudita autorize manifestações

Convocação pelo Facebook de um "Dia de revolução" em 11 de março na Arábia Saudita recebeu nesta quarta-feira a aprovação de mais de 31 mil pessoas

Rei Abdullah bin Abdul Aziz, da Arábia Saudita: leis do reino proíbem manifestações (Getty Images)

Rei Abdullah bin Abdul Aziz, da Arábia Saudita: leis do reino proíbem manifestações (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 12h42.

Dubai - Duas organizações de defesa dos Direitos Humanos pediram nesta quarta-feira às autoridades sauditas que permitam as manifestações convocadas para sexta-feira através do Facebook.

Estes pedidos acontecem depois que os Estados Unidos, principal aliado do reino saudita, recordaram que são favoráveis ao direito a manifestações pacíficas.

O chefe da diplomacia saudita, o príncipe Saud al Faizal, afirmou em uma coletiva de imprensa que o reino "rejeita qualquer ingerência em seus assuntos internos".

Uma convocação pelo Facebook de um "Dia de revolução" em 11 de março na Arábia Saudita recebeu nesta quarta-feira a aprovação de mais de 31.000 pessoas, quando já circula outro convite para um movimento similar em 20 de março.

A convocação reclama que "o dirigente e os membros da Majlis al-Shura (conselho consultivo nomeado) sejam eleitos", também pedem "a libertação dos presos políticos", "a liberdade de expressão e de reunião" e que as mulheres tenham direitos iguais no reino.

Mas as manifestações estão proibidas na Arábia Saudita e a polícia está autorizada a reprimi-las "com todas as medidas necessárias", para fazer respeitar a lei, conforme recordaram no fim de semana as autoridades.


"As leis do reino proíbem todo o tipo de manifestação, marcha ou protesto pacífico, já que vão contra a sharia (lei islâmica) e as tradições da sociedade saudita", lembrou o ministério do Interior, citado pela agência oficial SPA e pela televisão.

O ministério acrescentou que a polícia está autorizada a "tomar todas as medidas necessárias contra aqueles que violam a lei".

Esta mensagem de advertência ocorre depois do registro, nos últimos dias, de pequenas manifestações no reino, governado por uma dinastia sunita conservadora.

Estes pequenos protestos ocorreram sobretudo no leste do país, onde vive uma forte comunidade xiita.

Em um comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu às autoridades sauditas que "voltem atrás em sua decisão de proibir as manifestações pacíficas".

De seu lado, a Anistia Internacional também pediu às autoridades que garantam o direito de expressão da população, recordando que são obrigadas, pela lei internacional, a garantir protestos pacíficos.

A data escolhida para a manifestação coincide com a criação, em 11 de março de 1996, do Movimento pela Reforma Islâmica na Arábia, um grupo dissidente com sede em Londres e que até agora não conseguiu mobilizar as multidões no reino.

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