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Organização condena julgamento de 55 pessoas na China

Anistia Internacional condenou julgamento realizado em um estádio esportivo da região chinesa de Xinjiang

Julgamento em estádio chinês: este tipo de espetáculo  só exacerbará tensões, diz ONG (Reuters)

Julgamento em estádio chinês: este tipo de espetáculo só exacerbará tensões, diz ONG (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 10h40.

Pequim - A organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) condenou nesta quinta-feira o "humilhante julgamento" realizado em um estádio esportivo da região chinesa de Xinjiang, assinalando que este tipo de espetáculo, no qual 55 pessoas foram condenadas, só exacerbará ainda mais a tensão no local.

"Recentes ataques violentos mostraram que seus responsáveis não respeitam a vida e devem ser julgados, mas a realização de julgamentos expressos não significará justiça para as vítimas, assim como drásticas sentenças em processos injustos só exacerbarão as tensões na região", assinalou a AI.

Na última terça-feira, em um julgamento realizado diante de 7 mil pessoas em um estádio, 52 pessoas foram condenadas a diferentes penas de prisão, enquanto outras três foram condenadas à morte.

O julgamento foi realizado na cidade de Yining, capital de Ili, uma comarca ao norte de Xinjiang que é habitada predominantemente por muçulmanos de etnia cazaque.

Segundo o comunicado da ONG, com sede em Londres, todos os sentenciados poderiam ter sido torturados durante sua detenção, e o julgamento, que lembrou os atos de "humilhação pública" da Revolução Cultural, estava mais interessado em causar um efeito dissuasório entre a população do que a penalizar os criminosos, segundo AI.

"Com este tipo de pantomimas, as autoridades chinesas parecem mais preocupadas pela opinião pública do que em aplicar a justiça", assinalou o comunicado, no qual se assinala que "é muito pouco provável que os acusados tenham tido um julgamento justo".

De acordo com a AI, o julgamento foi realizado nos primeiros dias de uma campanha de intensificação da luta antiterrorista que, segundo o governo chinês, se estenderá por um ano, uma resposta ao aumento dos ataques indiscriminados contra população civil em lugares públicos, como mercados ou estações ferroviárias em todo país.

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