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Opositor vence eleição por larga vantagem na Nigéria

30 anos após tomar o poder por um golpe militar, Muhammadu Buhari se tornou o primeiro nigeriano a substituir um presidente nas urnas

Partidários do candidato presidencial opositor Muhammadu Buhari comemoram sua eleição em Kano, na Nigéria (Goran Tomasevic/Reuters)

Partidários do candidato presidencial opositor Muhammadu Buhari comemoram sua eleição em Kano, na Nigéria (Goran Tomasevic/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 16h44.

Abuja - Três décadas depois de tomar o poder por um golpe militar, Muhammadu Buhari se tornou o primeiro nigeriano a substituir um presidente nas urnas, o que o deixa no comando da maior economia da África e uma de suas democracias mais turbulentas.

O presidente atual, Goodluck Jonathan, ligou para Buhari nesta terça-feira para reconhecer a vitória do rival na eleição do fim de semana, disse o comitê de Buhari, um gesto inédito que deve ajudar a apaziguar a revolta dos apoiadores inconformados de Jonathan.

Em Kaduna, cidade de grande variedade religiosa no norte do país, onde 800 pessoas foram mortas em episódios de violência depois da última eleição nigeriana em 2011, os apoiadores de Buhari tomaram as ruas agitando bandeiras, dançando e cantando em comemoração.

O Partido Democrático do Povo (PDP), de Jonathan, estava no poder desde o fim do regime militar, em 1999, mas vinha perdendo popularidade devido a uma série de escândalos de corrupção e à ascensão da insurgência islâmica do grupo Boko Haram no nordeste.

“Perto das 16h55, o presidente Jonathan ligou para o general Muhammadu Buhari, o vencedor das eleições, para parabenizá-lo”, afirmou Lai Mohammed, porta-voz do Congresso Todos Progressistas (APC, na sigla em inglês), de Buhari, a repórteres na sede do partido em Abuja.

“Sempre houve o temor de que ele pudesse não reconhecer, mas ele será visto como um herói por este gesto”, acrescentou. “A tensão irá diminuir dramaticamente.” O cômputo final com os resultados compilados pela Reuters deu a Buhari 15,4 milhões de votos contra 13,3 milhões de Jonathan, uma vantagem que deve tornar qualquer contestação legal irrelevante.

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