Opositor russo Navalny foi envenenado, dizem médicos da Alemanha
Há rastros de veneno no corpo do ativista russo Alexei Navalny, segundo médicos da Alemanha que o examinaram. Navalny está em coma
Carolina Riveira
Publicado em 24 de agosto de 2020 às 12h20.
Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 15h50.
De fato há rastros de veneno no corpo do ativista russo Alexei Navalny, segundo médicos da Alemanha que o examinaram. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 24, pelos médicos do hospital Charité de Berlim, onde ele está internado. Os médicos afirmaram que o opositor russo tem vestígios de pesticidas e gás asfixiante tóxico.
"O paciente está em cuidado intensivo e ainda em coma induzido", disseram os médicos em comunicado. "Sua condição médica é séria mas sua vida não está em perigo imediato."
Os médicos do hospital alemão, um dos mais conceituados da Europa, estão tratando Navalny desde sábado, 22. O ativista foi enviado da Rússia para o país a pedido da família e de apoiadores, que disseram não confiar no governo russo para o diagnóstico.
Na Rússia, os médicos da Sibéria que trataram Navalny haviam afirmado que não havia vestígio de veneno em seu corpo. A princípio, o hospital russo também negou o pedido para que o ativista fosse enviado para ser examinado em outro país. No fim, as autoridades cederam.
Mais cedo nesta segunda-feira, os médicos russos que atenderam Navalny afirmaram que não houve pressões externas no diagnóstico do paciente.
O ativista passou mal na semana passada durante um voo e teve de ser levado às pressas para o hospital. Está em coma desde então. Seus apoiadores e familiares afirmam que substâncias tóxicas foram inseridas no chá que ele tomou antes da viagem.
Navalny tem sido um dos principais opositores do governo do presidente russo Vladimir Putin, com postagens nas redes sociais contra a corrupção. Em 2018, ele tentou concorrer à presidência contra Putin, mas teve a candidatura negada pela justiça eleitoral.
Nos últimos anos, outros opositores do governo russo já foram envenenados em circunstâncias suspeitas, o que levanta argumentos da oposição sob um possível envolvimento do governo Putin nos casos.
(Com agências internacionais )