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Oposição venezuelana denuncia prisão por perseguição

O líder opositor Carlos Melo, do partido Avançada Progressista, foi detido pela polícia política e permanece "incomunicável na sede" do organismo em Caracas


	Melo: o líder opositor Carlos Melo, do partido Avançada Progressista, foi detido pela polícia política e permanece "incomunicável na sede" do organismo em Caracas
 (Getty Images)

Melo: o líder opositor Carlos Melo, do partido Avançada Progressista, foi detido pela polícia política e permanece "incomunicável na sede" do organismo em Caracas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 12h48.

A oposição venezuelana denunciou nesta terça-feira a detenção de mais um de seus dirigentes e o ataque a uma sede de partido como parte da "perseguição política" do chavismo diante da marcha para exigir o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.

O líder opositor Carlos Melo, do partido Avançada Progressista, foi detido pela polícia política e permanece "incomunicável na sede" do organismo em Caracas, denunciou o governador do Estado de Lara, Henry Falcón, no Twitter.

O presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, denunciou no Twitter uma "tentativa de incendiar" a sede do partido Ação Democrática (AD) em Cojedes, em uma ação de membros da Frente Francisco de Miranda, ligada ao governo.

Segundo a oposição, estes atos fazem parte de uma "perseguição política" do governo, que acusa a Mesa da Unidade Democrática (MUD) de promover a violência na manifestação da próxima quinta-feira visando derrubar Maduro.

Na segunda-feira, o líder opositor Yon Goicoechea foi detido sob a acusação de carregar detonadores que seriam utilizados durante a manifestação, dois dias após o ex-prefeito e líder opositor Daniel Ceballos ser transferido da prisão domiciliar para o regime fechado, por planejar atos violentos para o protesto.

"Preferimos um milhão de vezes prender terroristas do que ter uma gota de sangue", disse nesta terça-feira o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em um ato governista em Caracas.

A MUD nega as acusações e seu secretário-geral, Jesús Torrealba, acusa o governo de fabricar versões por temer uma manifestação que ninguém deterá.

Delegados da MUD viajaram aos Estados Unidos para pedir às Nações Unidas e à Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhem o protesto de quinta-feira.

Na noite desta terça-feira, a secretaria-geral da OEA denunciou o "recrudescimento da repressão" contra opositores na Venezuela e informou ter "recebido denúncias que revelam o aumento da repressão e das violações dos direitos humanos".

"Se pretende criminalizar o protesto, se ameaça inabilitar partidos políticos, se criminaliza a atuação de deputados da Assembleia Nacional e ativistas da sociedade civil", destaca a OEA em sua nota.

Estas ações "deixam sérias dúvidas sobre o interesse do governo venezuelano em um diálogo sério e construtivo para se superar a crise na Venezuela".

A MUD protestará na quinta-feira para exigir do Conselho Nacional Eleitoral a data exata e as condições para o recolhimento das quatro milhões de assinaturas (20% dos eleitores) requeridas para se convocar o referendo. A oposição exige que a votação ocorra ainda este ano, para que haja eleições presidenciais em 2017.

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