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Oposição venezuelana denuncia "golpe judicial" a órgãos

Aliança opositora divulgou uma carta para explicar que a vitória da oposição nas eleições legislativas do país poderia estar em perigo após recurso do TSJ

Oposição venezuelana: segundo Jesús Torrealba, país está "perante uma tentativa de golpe de estado judicial contra a decisão do povo" (Carlos Garcia Rawlins/ Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 15h11.

Caracas - A aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) divulgou nesta quarta-feira uma carta dirigida a vários órgãos internacionais para denunciar um suposto "golpe judicial" após conhecer-se a solicitação de impugnação de deputados de oposição perante o Tribunal Supremo por parte do governo.

"O país, a região e o mundo estão perante uma tentativa de golpe de estado judicial contra a decisão do povo venezuelano expressada nas mesas de votação", diz a carta assinada pelo secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, e publicada no site da aliança.

A carta, dirigida aos encarregados ou diretores da ONU , da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União Europeia (UE), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul, faz uma solicitação de atenção "com extrema urgência".

O documento explica que o triunfo que a oposição alcançou nas eleições legislativas de 6 de dezembro, ao conseguir uma maioria de 112 deputados contra 55 do chavismo , poderia estar em perigo com esse recurso que foi aceito ontem pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para impugnar a designação de oito legisladores.

"Desafiando a vontade do povo expressada nas urnas, e utilizando um Poder Judiciário colonizado pelo partido governista, o governo hoje pretende desconhecer os resultados eleitorais que eles mesmos reiteradamente pediram que fossem respeitados", afirma a carta.

O documento indica, além disso, que o recurso contra os oito deputados eleitos foi feito "descumprindo lapsos, violentando instâncias, pondo para decidir magistrados que são ao mesmo tempo juiz e parte envolvida".

Sob este cenário, a MUD pede a cada um dos encarregados destes organismos internacionais "que de sua alta posição ative os mecanismos que estejam a seu alcance para conseguir que a democrática e pacífica vontade de mudança do povo venezuelano seja respeitada".

Torrealba já havia denunciado ontem o que qualificou como a "continuidade do golpe judicial denunciado em 22 de dezembro", quando a aliança que representa alertou sobre um recurso de impugnação por parte do governo contra 22 de seus deputados eleitos.

"Nessa oportunidade houve uma intensa mobilização da opinião pública nacional e internacional que paralisou em primeira instância aquela manobra", disse o secretário-executivo da MUD.

O Supremo negou nesse dia, através de um comunicado, que tivesse recebido alguma solicitação de impugnação de deputados opositores e acrescentou que a Sala Eleitoral não tinha trabalhado essa semana.

Nesta terça-feira, no entanto, o TSJ confirmou que recebeu vários recursos interpostos por ex-candidatos governistas para impugnar a eleição de oito deputados opositores que ganharam em 6 de dezembro.

Com sua "maioria qualificada" de 112 deputados que esperam instalar-se no parlamento no próximo dia 5 de janeiro, a MUD, com dois terços do parlamento, tem grandes poderes para legislar, investigar funcionários ou destituir magistrados no caso de cometerem faltas graves.

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Caracas - A aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) divulgou nesta quarta-feira uma carta dirigida a vários órgãos internacionais para denunciar um suposto "golpe judicial" após conhecer-se a solicitação de impugnação de deputados de oposição perante o Tribunal Supremo por parte do governo.

"O país, a região e o mundo estão perante uma tentativa de golpe de estado judicial contra a decisão do povo venezuelano expressada nas mesas de votação", diz a carta assinada pelo secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, e publicada no site da aliança.

A carta, dirigida aos encarregados ou diretores da ONU , da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União Europeia (UE), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul, faz uma solicitação de atenção "com extrema urgência".

O documento explica que o triunfo que a oposição alcançou nas eleições legislativas de 6 de dezembro, ao conseguir uma maioria de 112 deputados contra 55 do chavismo , poderia estar em perigo com esse recurso que foi aceito ontem pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para impugnar a designação de oito legisladores.

"Desafiando a vontade do povo expressada nas urnas, e utilizando um Poder Judiciário colonizado pelo partido governista, o governo hoje pretende desconhecer os resultados eleitorais que eles mesmos reiteradamente pediram que fossem respeitados", afirma a carta.

O documento indica, além disso, que o recurso contra os oito deputados eleitos foi feito "descumprindo lapsos, violentando instâncias, pondo para decidir magistrados que são ao mesmo tempo juiz e parte envolvida".

Sob este cenário, a MUD pede a cada um dos encarregados destes organismos internacionais "que de sua alta posição ative os mecanismos que estejam a seu alcance para conseguir que a democrática e pacífica vontade de mudança do povo venezuelano seja respeitada".

Torrealba já havia denunciado ontem o que qualificou como a "continuidade do golpe judicial denunciado em 22 de dezembro", quando a aliança que representa alertou sobre um recurso de impugnação por parte do governo contra 22 de seus deputados eleitos.

"Nessa oportunidade houve uma intensa mobilização da opinião pública nacional e internacional que paralisou em primeira instância aquela manobra", disse o secretário-executivo da MUD.

O Supremo negou nesse dia, através de um comunicado, que tivesse recebido alguma solicitação de impugnação de deputados opositores e acrescentou que a Sala Eleitoral não tinha trabalhado essa semana.

Nesta terça-feira, no entanto, o TSJ confirmou que recebeu vários recursos interpostos por ex-candidatos governistas para impugnar a eleição de oito deputados opositores que ganharam em 6 de dezembro.

Com sua "maioria qualificada" de 112 deputados que esperam instalar-se no parlamento no próximo dia 5 de janeiro, a MUD, com dois terços do parlamento, tem grandes poderes para legislar, investigar funcionários ou destituir magistrados no caso de cometerem faltas graves.

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