Oposição vence eleições na Tailândia
Partido do primeiro-ministro sai derrotado de eleições legislativas
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2011 às 09h29.
Os tailandeses compareceram em grande número às urnas neste domingo para as eleições legislativas e deram uma vitória esmagadora à oposição, ligada ao ex-premier exilado Thaksin Shinawatra.
O partido Puea Thai, liderado por Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, conseguiria 260 dos 500 cadeias do Parlamento, enquanto os Democratas do atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, ficariam com apenas 163, segundo dados divulgados pela comissão eleitoral, após a apuração de 92% dos votos.
O primeiro-ministro Vejjajiva reconheceu a derrota nas urnas e saudou a vitória da oposição.
"O resultado é claro: o Puea Thai venceu as eleições e os Democratas foram derrotados", disse Abhisit Vejjajiva aos simpatizantes na sede do partido, ao mesmo tempo que Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin e líder do Puea Thai, reivindicou a vitória.
Yingluck Shinawatra agradeceu ao povo que votou neste domingo.
"Thaksin me ligou para dar os parabéns e disse que temos muito trabalho pela frente", disse.
Antes mesmo do anúncio dos primeiros resultados oficiais, na sede do Puea Thai os militantes celebraram a vitória aos gritos de "Yingluck número um", "Yingluck primeira-ministra".
Se a lógica for respeitada, Yingluck, uma fotogênica empresária de 44 anos, será a primeira mulher chefe de Governo da história da Tailândia.
Thaksin Shinawatra pediu em uma entrevista a um canal de televisão que todos os partidos respeitem os resultados.
"Espero que todos os partidos respeitem a decisão do povo, pois em caso contrário nosso país não poderá alcançar a paz", afirmou o ex-magnata das telecomunicações por telefone de Dubai, onde vive exilado.
"Acredito que as pessoas querem a reconciliação. Querem seguir adiante. Nós não queremos nenhuma revanche", completou.
Thaksin, derrubado em um golpe militar depois de passar mais de cinco anos no poder (2001-2006), vive exilado em Dubai para escapar a uma condenação de dois anos de prisão por corrupção. Também é acusado de "terrorismo" pelo suposto apoio às manifestações de 2010.
Até 100.000 "camisas vermelhas", em sua maioria manifestantes leais a Thaksin, ocuparam ano passado durante dois meses o centro comercial de Bangcoc para exigir a renúncia de Vejjajiva. Eles foram retirados do local pelo Exército após um conflito que deixou mais de 90 mortos.
Um ano depois, Yingluck tem insistido na reconciliação necessária entre as massas desfavorecidas e as elites de Bangcoc, que giram ao redor do palácio real. Também mencionou a possibilidade de uma anistia general que inclua o irmão, que espera retornar ao país.
Mas Yingluck não revelou muitos indícios sobre como seria sua gestão política.
Yingluck, que Thaksin descreveu como seu 'clone', não tinha nenhuma experiência política quando foi alçada à arena política há menos de dois meses.
Estas eleições, como as três anteriores, foram encaradas com um referendo a favor ou contra seu irmão. O Puea Thai quer uma anistia para todos os políticos condenados, incluindo Thaksin, o que é rejeitado pelos democratas.
O duelo entre dos dois partidos marca a divisão entre as elites da capital - altos funcionários públicos, magistrados, militares, o palácio real -, que levaram Abhisit ao poder no fim de 2008, e as massas rurais e urbanas desfavorecidas, para as quais Thaksin é um herói.
O Puea Thai correria um grande risco se optasse pelo retorno de um homem odiado pelas elites e pelo Exército, que o consideram uma ameaça à monarquia.
"Se (Thaksin) colocar os pés na Tailândia, o Exército poderia acusá-lo de tentar gerar a desunião entre os tailandeses" opinou Pavin Chachavalpongpun, do Instituto de Estudos do Sudeste da Ásia em Cingapura.
Em um país que passou por 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde 1932, o Exército é suspeito de querer interferir no processo eleitoral. E apesar de suas reiteradas negativas, o poderoso comandante militar Prayut Chan-O-Cha, que defendeu o voto em "boas pessoas", não conseguiu evitar os boatos de golpe militar.
Thaksin e seus aliados ganharam todas as eleições desde 2001, mas foram expulsos do poder pelos militares em 2006, e depois outras duas vezes pela justiça em 2008, o que permitiu a chegada ao poder de Abhisit, à frente de uma coalizão de seis partidos.
Os tailandeses compareceram em grande número às urnas neste domingo para as eleições legislativas e deram uma vitória esmagadora à oposição, ligada ao ex-premier exilado Thaksin Shinawatra.
O partido Puea Thai, liderado por Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, conseguiria 260 dos 500 cadeias do Parlamento, enquanto os Democratas do atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, ficariam com apenas 163, segundo dados divulgados pela comissão eleitoral, após a apuração de 92% dos votos.
O primeiro-ministro Vejjajiva reconheceu a derrota nas urnas e saudou a vitória da oposição.
"O resultado é claro: o Puea Thai venceu as eleições e os Democratas foram derrotados", disse Abhisit Vejjajiva aos simpatizantes na sede do partido, ao mesmo tempo que Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin e líder do Puea Thai, reivindicou a vitória.
Yingluck Shinawatra agradeceu ao povo que votou neste domingo.
"Thaksin me ligou para dar os parabéns e disse que temos muito trabalho pela frente", disse.
Antes mesmo do anúncio dos primeiros resultados oficiais, na sede do Puea Thai os militantes celebraram a vitória aos gritos de "Yingluck número um", "Yingluck primeira-ministra".
Se a lógica for respeitada, Yingluck, uma fotogênica empresária de 44 anos, será a primeira mulher chefe de Governo da história da Tailândia.
Thaksin Shinawatra pediu em uma entrevista a um canal de televisão que todos os partidos respeitem os resultados.
"Espero que todos os partidos respeitem a decisão do povo, pois em caso contrário nosso país não poderá alcançar a paz", afirmou o ex-magnata das telecomunicações por telefone de Dubai, onde vive exilado.
"Acredito que as pessoas querem a reconciliação. Querem seguir adiante. Nós não queremos nenhuma revanche", completou.
Thaksin, derrubado em um golpe militar depois de passar mais de cinco anos no poder (2001-2006), vive exilado em Dubai para escapar a uma condenação de dois anos de prisão por corrupção. Também é acusado de "terrorismo" pelo suposto apoio às manifestações de 2010.
Até 100.000 "camisas vermelhas", em sua maioria manifestantes leais a Thaksin, ocuparam ano passado durante dois meses o centro comercial de Bangcoc para exigir a renúncia de Vejjajiva. Eles foram retirados do local pelo Exército após um conflito que deixou mais de 90 mortos.
Um ano depois, Yingluck tem insistido na reconciliação necessária entre as massas desfavorecidas e as elites de Bangcoc, que giram ao redor do palácio real. Também mencionou a possibilidade de uma anistia general que inclua o irmão, que espera retornar ao país.
Mas Yingluck não revelou muitos indícios sobre como seria sua gestão política.
Yingluck, que Thaksin descreveu como seu 'clone', não tinha nenhuma experiência política quando foi alçada à arena política há menos de dois meses.
Estas eleições, como as três anteriores, foram encaradas com um referendo a favor ou contra seu irmão. O Puea Thai quer uma anistia para todos os políticos condenados, incluindo Thaksin, o que é rejeitado pelos democratas.
O duelo entre dos dois partidos marca a divisão entre as elites da capital - altos funcionários públicos, magistrados, militares, o palácio real -, que levaram Abhisit ao poder no fim de 2008, e as massas rurais e urbanas desfavorecidas, para as quais Thaksin é um herói.
O Puea Thai correria um grande risco se optasse pelo retorno de um homem odiado pelas elites e pelo Exército, que o consideram uma ameaça à monarquia.
"Se (Thaksin) colocar os pés na Tailândia, o Exército poderia acusá-lo de tentar gerar a desunião entre os tailandeses" opinou Pavin Chachavalpongpun, do Instituto de Estudos do Sudeste da Ásia em Cingapura.
Em um país que passou por 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde 1932, o Exército é suspeito de querer interferir no processo eleitoral. E apesar de suas reiteradas negativas, o poderoso comandante militar Prayut Chan-O-Cha, que defendeu o voto em "boas pessoas", não conseguiu evitar os boatos de golpe militar.
Thaksin e seus aliados ganharam todas as eleições desde 2001, mas foram expulsos do poder pelos militares em 2006, e depois outras duas vezes pela justiça em 2008, o que permitiu a chegada ao poder de Abhisit, à frente de uma coalizão de seis partidos.