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Oposição síria se recusa a falar de terrorismo em Genebra

A ONU relançou na quinta-feira passada o processo de negociações entre Damasco e a oposição, depois de três tentativas frustradas em 2016

Negociações: "O Alto Comitê de Negociações (HCN) se recusa, nesta fase, adicionar a questão do terrorismo na agenda das conversações" (Denis Balibouse/Reuters)

Negociações: "O Alto Comitê de Negociações (HCN) se recusa, nesta fase, adicionar a questão do terrorismo na agenda das conversações" (Denis Balibouse/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de março de 2017 às 17h28.

A oposição síria se recusa a discutir a questão do terrorismo nas negociações de Genebra, tal como solicitado pela delegação do regime, afirmou nesta quarta-feira um líder da oposição após uma reunião com uma autoridade russa.

"O Alto Comitê de Negociações (HCN) se recusa, nesta fase, adicionar a questão do terrorismo na agenda das conversações", centradas em questões institucionais e políticas, afirmou à AFP o chefe da delegação, Yehya Kodmani.

Pouco antes, Kodmani se reuniu com o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Gennady Gatilov.

"Tivemos uma discussão construtiva. Estamos de acordo sobre o fato de que temos de avançar para uma solução política para a crise síria", declarou Gatilov, citado pela agência de notícias RIA Novosti.

"Claro, gostaríamos de negociações diretas entre a delegação do regime sírio e uma delegação da oposição unificada. Mas isso não é possível agora", acrescentou.

A ONU relançou na quinta-feira passada o processo de negociações entre Damasco e a oposição, depois de três tentativas frustradas em 2016, em uma tentativa de iniciar uma solução política para o conflito.

O enviado da ONU, Staffan de Mistura, queria discussões diretas entre os dois lados, baseadas nos temas constantes na resolução 2254 da ONU, roteiro internacional para uma solução para o conflito: governança, constituição e eleições.

Mas o regime de Damasco reclamou que a questão do terrorismo deveria constar na agenda depois de um ataque no sábado contra o serviço de inteligência sírio em Homs, reivindicado pela ex-facção da Al-Qaeda na Síria.

Gatilov, cujo país apoia Damasco, havia apoiado tal pedido, indicando ao mesmo tempo que o regime estava pronto para abordar outras questões.

Segundo a agência síria SANA, citando uma fonte próxima ao regime, De Mistura teria concordado em quatro temas: governança, constituição, eleições e terrorismo.

"O regime continua a usar táticas e manobras dilatórias para evitar a questão central", acusou nesta quarta um dos principais negociadores do HCN, Nasr al-Hariri, após reunião com De Mistura.

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