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Oposição síria diz que transição política foi tratada em reunião

Segundo o líder da delegação, foi a primeira vez em que se discutiu o tema com o mediador da ONU

Nasser al Hariri: questão da transição política "é um objetivo importante para o povo sírio" (Denis Balibouse/Reuters)
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EFE

Publicado em 1 de março de 2017 às 13h17.

Genebra - O líder da delegação opositora que participa das negociações de paz com o governo da Síria , Nasser al Hariri, disse nesta quarta-feira que, pela primeira vez, se discutiu em reunião com o mediador da ONU a questão da transição política para pôr fim à guerra civil no país.

"O principal assunto que tratamos é o da transição política, pela primeira vez. É um bom início", disse à imprensa o presidente da Comissão Suprema para as Negociações (CSN), plataforma de grupos políticos e armados da oposição síria reconhecidos para estas negociações.

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Hariri relatou que o medidor da ONU, Staffan de Mistura, indicou que a delegação do governo sírio está finalmente disposta a abordar a questão da transição política, algo do qual tinha se negado de forma sistemática em todas as rodadas anteriores de negociação.

O líder opositor acrescentou que a questão da transição política "é um objetivo importante para o povo sírio, que pagou um preço alto por isto, e é crucial para se ter uma Síria segura e estável".

Hariri indicou que as discussões sobre a transição política serão aprofundadas com De Mistura nas próximas reuniões.

Sobre a posição da delegação governamental de tentar focar suas primeiras reuniões com o mediador na questão do terrorismo, o líder opositor disse que trata-se da continuação de "sua tática de desviar as negociações de seu objetivo".

O opositor acusou o regime sírio de ter realizado operações militares que causaram a morte de 531 pessoas desde que começou a atual rodada de negociações, na quinta-feira passada.

Além disso, Hariri afirmou que as forças governamentais bombardearam nos últimos dias com barris de explosivos uma área onde os rebeldes do Exército Livre Sírio enfrentavam, com vantagem, os jihadistas do Estado Islâmico.

A delegação da oposição síria se reunirá hoje com o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Gennady Gatilov, com quem abordará as violações cada vez mais frequentes e graves da trégua em vigor.

Um cessação-fogo em todo o território sírio, com exceção das áreas onde operam grupos formalmente considerados como terroristas pela ONU, foi estipulado com a ajuda de Rússia, Irã e Turquia, e está vigente desde 30 de dezembro.

Hariri, no entanto, considerou que "a Rússia não está cumprindo seu papel de garantidor real do acordo de cessar-fogo porque o número de vítimas do conflito disparou desde o início da rodada".

"A Rússia está mostrando que é incapaz de controlar as milícias iranianas (que apoiam o regime) que estão no terreno combatendo os sírios", acrescentou o líder opositor.

As negociações se encontram em seu sexto dia, mas acontecem de forma indireta, através do mediador que transmite as posições de uma delegação para a outra, e com uma agenda proposta pelo mediador que ainda não foi estipulada por ambas as partes.

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