Oposição pressiona vice a assumir Presidência da Venezuela
Segundo a base aliada de Chávez, ação da oposição mostra que há uma campanha para um golpe de Estado no país
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2011 às 07h21.
Brasília – Recuperando-se de uma cirurgia, feita há seis dias em Cuba, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é foco de nova polêmica entre aliados e opositores do governo. Deputados conservadores afirmam que há um "vazio de poder" no país e passaram a pressionar o vice-presidente, Elias Jaua, a assumir formalmente a Presidência.
A decisão de Chávez de promulgar, em Havana, uma nova lei que permite duplicar o endividamento do país para a construção de casas e a produção agropecuária foi um dos pivôs da reação da oposição. Em meio às controvérsias, a base aliada conseguiu ontem (15) a aprovação de um texto de solidariedade a Chávez, informando que ele dispõe de plenas condições para governar.
"A Venezuela é uma nação humilhada, porque é governada a partir de Cuba, seja por Chávez ou [Fidel] Castro", afirmou a deputada de oposição Maria Corina Machado, em discussão no Parlamento. "A promulgação [da lei] é inconstitucional e fraudulenta.".
Para a base aliada de Chávez, há uma campanha para um golpe de Estado na Venezuela. "É uma artimanha usada [no golpe] em 2002", afirmou o deputado governista Héctor Navarro. "O presidente foi autorizado a sair do país, mas não para deixar de ser presidente", defendeu Navarro.
A pressão dos deputados opositores, que protagonizaram novo enfrentamento verbal com governistas, levou a base aliada no Parlamento a "ratificar", na noite de terça-feira (14), por um prazo "indefinido" a autorização concedida ao presidente para ausentar-se do país.
A Constituição venezuelana determina que no caso de ausência do presidente é o vice-presidente quem deve assumir, automaticamente, as funções de governo, por um prazo de até noventa dias, prorrogáveis. A polêmica, no entanto, levou o vice-presidente, Elias Jaua, a posicionar-se publicamente em defesa do mandato do presidente.
"Não se enganem comigo, senhores da direita. Sou um homem de honra, forjado nos valores da lealdade, amizade e de princípios", afirmou Jaua. "Defenderei com minha própria vida o mandato constitucional do presidente Chávez", acrescentou.
Para o analista político Nicmer Evans, professor da Universidade Central da Venezuela, a oposição tenta "seduzir" o vice-presidente a "contrariar a Constituição". "É contraditório acusar o presidente de não delegar funções, porque vemos o vice-presidente coordenando ações de governo, como exige a Constituição", afirmou Evans.
O analista político Luis Vicente León, presidente da consultoria Datanalisis, disse que apesar da ausência de Chávez não há vazio de poder. "Essa enfermidade não desabilita o presidente mentalmente para que possa despachar e controlar atos do governo", afirmou León. "O presidente não pode manter a sede do governo em território estrangeiro", acrescentou.
Chávez está internado em Havana desde o último dia 10, quando foi submetido a uma cirurgia de emergência devido a um abcesso pélvico. Em comunicado, publicado no jornal oficial cubano, Granma, ele negou malignidade.
Chávez também concedeu uma entrevista, de 30 minutos, por telefone, à rede de televisão multiestatal Telesur, afirmando que se recupera bem. Mas não disse quando terá alta. Ainda não foi divulgado um boletim médico que explique os motivos da intervenção cirúrgica e detalhes sobre a saúde do presidente.
*Com a BBC Brasil e a agência estatal de notícias da Venezuela, AVN
Brasília – Recuperando-se de uma cirurgia, feita há seis dias em Cuba, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é foco de nova polêmica entre aliados e opositores do governo. Deputados conservadores afirmam que há um "vazio de poder" no país e passaram a pressionar o vice-presidente, Elias Jaua, a assumir formalmente a Presidência.
A decisão de Chávez de promulgar, em Havana, uma nova lei que permite duplicar o endividamento do país para a construção de casas e a produção agropecuária foi um dos pivôs da reação da oposição. Em meio às controvérsias, a base aliada conseguiu ontem (15) a aprovação de um texto de solidariedade a Chávez, informando que ele dispõe de plenas condições para governar.
"A Venezuela é uma nação humilhada, porque é governada a partir de Cuba, seja por Chávez ou [Fidel] Castro", afirmou a deputada de oposição Maria Corina Machado, em discussão no Parlamento. "A promulgação [da lei] é inconstitucional e fraudulenta.".
Para a base aliada de Chávez, há uma campanha para um golpe de Estado na Venezuela. "É uma artimanha usada [no golpe] em 2002", afirmou o deputado governista Héctor Navarro. "O presidente foi autorizado a sair do país, mas não para deixar de ser presidente", defendeu Navarro.
A pressão dos deputados opositores, que protagonizaram novo enfrentamento verbal com governistas, levou a base aliada no Parlamento a "ratificar", na noite de terça-feira (14), por um prazo "indefinido" a autorização concedida ao presidente para ausentar-se do país.
A Constituição venezuelana determina que no caso de ausência do presidente é o vice-presidente quem deve assumir, automaticamente, as funções de governo, por um prazo de até noventa dias, prorrogáveis. A polêmica, no entanto, levou o vice-presidente, Elias Jaua, a posicionar-se publicamente em defesa do mandato do presidente.
"Não se enganem comigo, senhores da direita. Sou um homem de honra, forjado nos valores da lealdade, amizade e de princípios", afirmou Jaua. "Defenderei com minha própria vida o mandato constitucional do presidente Chávez", acrescentou.
Para o analista político Nicmer Evans, professor da Universidade Central da Venezuela, a oposição tenta "seduzir" o vice-presidente a "contrariar a Constituição". "É contraditório acusar o presidente de não delegar funções, porque vemos o vice-presidente coordenando ações de governo, como exige a Constituição", afirmou Evans.
O analista político Luis Vicente León, presidente da consultoria Datanalisis, disse que apesar da ausência de Chávez não há vazio de poder. "Essa enfermidade não desabilita o presidente mentalmente para que possa despachar e controlar atos do governo", afirmou León. "O presidente não pode manter a sede do governo em território estrangeiro", acrescentou.
Chávez está internado em Havana desde o último dia 10, quando foi submetido a uma cirurgia de emergência devido a um abcesso pélvico. Em comunicado, publicado no jornal oficial cubano, Granma, ele negou malignidade.
Chávez também concedeu uma entrevista, de 30 minutos, por telefone, à rede de televisão multiestatal Telesur, afirmando que se recupera bem. Mas não disse quando terá alta. Ainda não foi divulgado um boletim médico que explique os motivos da intervenção cirúrgica e detalhes sobre a saúde do presidente.
*Com a BBC Brasil e a agência estatal de notícias da Venezuela, AVN