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Oposição espera dar novo passo para referendo contra Maduro

A Venezuela sofre uma profunda crise política, social e econômica, com grave escassez de alimentos e medicamentos, assim como a maior inflação do mundo

Venezuela: o país sofre uma profunda crise política, social e econômica, com grave escassez de alimentos e medicamentos, assim como a maior inflação do mundo (Marco Bello / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 09h30.

A oposição na Venezuela espera nesta quinta-feira obter o aval das autoridades eleitorais para avançar no longo caminho para um referendo revogatório contra o mandato do presidente Nicolás Maduro , a quem culpam pela severa crise no país.

Representantes da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reunirão com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que divulgará o relatório da revisão de 1,8 milhão de assinaturas - nove vezes acima do exigido - entregues no mês passado para ativar o referendo.

O vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, Enrique Márquez, disse esperar que o CNE, acusado de servir ao chavismo, confirme como válidas o mínimo solicitado de 200.000 assinaturas para seguir adiante com o processo de validação com as impressões digitais.

Márquez advertiu que se o referendo não acontecer este ano, a pressão social aumentará a "limites imprevistos".

"É a única válvula de escape que o povo venezuelano tem ante o sofrimento que atravessa", afirmou.

Afetada pela queda expressiva dos preços do petróleo, a Venezuela sofre uma profunda crise política, institucional, social e econômica, com grave escassez de alimentos e medicamentos, assim como a maior inflação do mundo (180,9% em 2015 e estimativa do FMI de 700% para 2016).

Longas filas, vigiadas por policiais militares, são formadas nos supermercados para a compra de alimentos subsidiados.

A oposição acusa o CNE de fazer tudo para evitar que o referendo aconteça este ano, enquanto o governo afirma que a oposição, "desesperada", cometeu fraude, que incluiria as assinaturas de 10.000 falecidos.

"Abriram os cemitérios", ironizou Maduro.

"Entregamos 1029% a mais de assinaturas do que as solicitadas. Não há desculpas, até no pior cenário temos seis vezes mais do que o que o CNE exigia", afirmou o opositor Carlos Ocariz, prefeito do município de Sucre, no estado de Miranda.

Se a validação das primeiras assinaturas tiver sucesso, para obter a convocação do referendo a oposição precisará reunir outras quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), que também devem ser validades com a impressão digital.

A oposição tem pressa. Se o referendo acontecer antes de 2017 - quando o mandato completa quatro anos - e Maduro perder, novas eleições devem ser convocadas. Mas se for organizado no próximo ano, em caso de derrota o chefe de Estado seria substituído pelo vice-presidente.

De acordo com o instituto Datanálisis, sete em cada 10 venezuelanos apoiam a mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro seriam necessários mais do que os 7,5 milhões de votos que deram a vitória ao chavista em abril de 2013.

Em meio à pressão pelo referendo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) adotou na quarta-feira uma declaração em apoio ao diálogo entre o governo e a oposição.

O governo da Venezuela proclamou como uma vitória a declaração aprovada na OEA.

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A oposição na Venezuela espera nesta quinta-feira obter o aval das autoridades eleitorais para avançar no longo caminho para um referendo revogatório contra o mandato do presidente Nicolás Maduro , a quem culpam pela severa crise no país.

Representantes da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reunirão com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que divulgará o relatório da revisão de 1,8 milhão de assinaturas - nove vezes acima do exigido - entregues no mês passado para ativar o referendo.

O vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, Enrique Márquez, disse esperar que o CNE, acusado de servir ao chavismo, confirme como válidas o mínimo solicitado de 200.000 assinaturas para seguir adiante com o processo de validação com as impressões digitais.

Márquez advertiu que se o referendo não acontecer este ano, a pressão social aumentará a "limites imprevistos".

"É a única válvula de escape que o povo venezuelano tem ante o sofrimento que atravessa", afirmou.

Afetada pela queda expressiva dos preços do petróleo, a Venezuela sofre uma profunda crise política, institucional, social e econômica, com grave escassez de alimentos e medicamentos, assim como a maior inflação do mundo (180,9% em 2015 e estimativa do FMI de 700% para 2016).

Longas filas, vigiadas por policiais militares, são formadas nos supermercados para a compra de alimentos subsidiados.

A oposição acusa o CNE de fazer tudo para evitar que o referendo aconteça este ano, enquanto o governo afirma que a oposição, "desesperada", cometeu fraude, que incluiria as assinaturas de 10.000 falecidos.

"Abriram os cemitérios", ironizou Maduro.

"Entregamos 1029% a mais de assinaturas do que as solicitadas. Não há desculpas, até no pior cenário temos seis vezes mais do que o que o CNE exigia", afirmou o opositor Carlos Ocariz, prefeito do município de Sucre, no estado de Miranda.

Se a validação das primeiras assinaturas tiver sucesso, para obter a convocação do referendo a oposição precisará reunir outras quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), que também devem ser validades com a impressão digital.

A oposição tem pressa. Se o referendo acontecer antes de 2017 - quando o mandato completa quatro anos - e Maduro perder, novas eleições devem ser convocadas. Mas se for organizado no próximo ano, em caso de derrota o chefe de Estado seria substituído pelo vice-presidente.

De acordo com o instituto Datanálisis, sete em cada 10 venezuelanos apoiam a mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro seriam necessários mais do que os 7,5 milhões de votos que deram a vitória ao chavista em abril de 2013.

Em meio à pressão pelo referendo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) adotou na quarta-feira uma declaração em apoio ao diálogo entre o governo e a oposição.

O governo da Venezuela proclamou como uma vitória a declaração aprovada na OEA.

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