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Oposição caminha para presidência da Costa Rica

As chances aumentaram depois que o governista Johnny Araya decidiu abandonar o segundo turno eleitoral, previsto para o dia 6 de abril


	O candidato governista Johnny Araya faz coletiva de imprensa: "este não é um momento de mero formalismo, é um ato supremo democrático", disse
 (EZEQUIEL BECERRA/AFP)

O candidato governista Johnny Araya faz coletiva de imprensa: "este não é um momento de mero formalismo, é um ato supremo democrático", disse (EZEQUIEL BECERRA/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 07h24.

San José - O candidato da oposição, Luis Guillermo Solís, deu um enorme passo para conquistar a presidência da Costa Rica, após a decisão desta quarta-feira do governista Johnny Araya de abandonar o segundo turno eleitoral, previsto para o dia 6 de abril.

"A sensatez indica, agora mais do que nunca, que é preciso encarar a realidade (...) e faço saber hoje minha decisão de abandonar a campanha à Presidência da República", disse Araya, do Partido Libertação Nacional (PLN).

A Constituição Política proíbe a renúncia de candidatos à presidência, o que exigirá a realização do segundo turno para ratificar a vitória de Solís, esclareceu o presidente do Tribunal Supremo de Eleições (TSE), Luis Antonio Sobrado.

"A prudência aconselha a não gastar milhões em propaganda, reuniões e mobilizações. Acatamos as normas constitucionais, mas me absterei de qualquer atividade eleitoral. O processo continuará até 6 de abril", assinalou Araya, ex-prefeito de San Jose.

Solís evitou cantar vitória e pediu à população que compareça em massa para votar no dia 6 de abril.

"Me sinto extremamente honrado com o fato de que alguns pensem que já sou presidente da Costa Rica, mas não sou. Para tal preciso de um voto, o seu", disse Solís ao se dirigir ao eleitor após a decisão de Araya.

"Este não é um momento de mero formalismo, é um ato supremo democrático, e desejo convocar o eleitor porque me parece que sem ele nada ficará legitimado de maneira adequada", destacou Araya.

Araya, 56 anos, anunciou sua decisão poucas horas após a publicação de pesquisas que o apontam com 20,9% das intenções de voto, contra 64,4% para Solís, um historiador de 55 anos e acadêmico com experiência diplomática, candidato do Partido Ação Cidadã, de centro.

"Os recursos e o tempo são limitados para a intensa tarefa de reverter esta tendência (...). A campanha para o segundo turno seria muito difícil e repleta de obstáculos", justificou Araya.

O candidato governista foi vítima do desgaste de dois governos consecutivos do PLN, especialmente da gestão de Laura Chinchilla, criticada por escândalos de corrupção e pela administração da economia, que fechou 2013 com um déficit fiscal de 5,4% e uma dívida pública de 50% do Produto Interno Bruto (PIB).

A renúncia de Araya significa um duro golpe para o PLN, partido social democrata que guinou para a direita e foi o principal protagonista da política costarriquenha nos últimos 60 anos.

Solís disparou nas pesquisas com um discurso conciliador e de centro, superando também o candidato de esquerda, José María Villalta, considerado a princípio o mais sério adversário de Araya.

O eventual presidente promete fortalecer os programas sociais, combater a corrupção e reativar a economia com políticas distintas ao modelo neoliberal que é aplicado nas últimas décadas na Costa Rica.

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