Raila Odinga: líder de oposição rejeitou os resultados das eleições que perdeu, o que causou uma onda de violência na qual morreram mais de 1.300 pessoas (Thomas Mukoya/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 09h08.
Nairóbi - O líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, acusou nesta quarta-feira a coalizão governante de ter manipulado o sistema digital de contagem de votos das eleições gerais usando a identidade do diretor de telecomunicações da Comissão Eleitoral, Chris Msando, que foi assassinado há dez dias.
"A fraude que a Jubileu - a coalizão do presidente do país, Uhuru Kenyatta - perpetuou sobre os quenianos, ultrapassa qualquer nível de roubo contra os eleitores na história deste país. Mas desta vez os pegamos", denunciou Odinga no Twitter.
Com 74% da apuração concluída, a Comissão Eleitoral dá a vitória a Kenyatta, com 54% dos votos e uma vantagem de dez pontos sobre Odinga.
Em 2007, o Odinga rejeitou os resultados das eleições que perdeu, o que causou uma onda de violência na qual morreram mais de 1.300 pessoas.
"É uma fraude de gravidade monumental, não tivemos eleições", disse o líder da coalizão Super Aliança Nacional (NASA, sigla em inglês), que não quis revelar onde obteve esta informação.
"Sabemos por nossas fontes, mas não podemos revelar quem elas são, devemos protegê-las", garantiu o opositor.
A manipulação digital do sistema, segundo Odinga, começou ontem ao meio-dia (horário local), enquanto as pessoas votavam, utilizando a identidade de Msando, cujo corpo foi encontrado com um braço amputado.
"Oferecemos todas as provas à Comissão Eleitoral, estamos esperando uma resposta, temos inclusive a identidade dos autores, que representam a Jubileu", assegurou o opositor.
"Estamos pedindo à nossa gente que não aceite os resultados, mas que mantenham a calma. No entanto, eu não tenho o controle sobre a população", advertiu Odinga.