Controlador de terra orienta avião AP-3C Orion da Força Aérea australiana que participa nas buscas do avião da Malaysia Airlines na base de Bullsbrook (JASON REED/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 07h40.
Londres - O vice-presidente do operador britânico de satélites Inmarsat, cujos dados permitiram chegar à conclusão sobre a queda do avião da Malaysia Airlines no oceano Índico, explicou nesta segunda-feira à Sky News como foi a operação.
O Inmarsat e o Escritório britânico de Investigação sobre Acidentes Aéreos (AAIB, na sigla em inglês) "concluíram que o MH370 voou no corredor sul e que sua última posição se encontrava no meio do Oceano Índico", anunciou a companhia Malaysia Airlines nesta segunda.
Para chegar a essas conclusões, "levamos em consideração a velocidade do piloto automático - cerca de 350 nós - e o que sabíamos em termos de combustível e de autonomia do avião para atingir uma série de 'bips' que recebíamos", disse à Sky News o vice-presidente da Inmarsat.
Embora os sistemas de comunicação do voo MH370 estivessem apagados, os satélites Inmarsat continuaram a captar, em todos os momentos, os "bips" provenientes do avião. Esses "bips" são enviados de uma estação terrestre para o satélite e, depois, para o avião, que reenvia automaticamente um "bip" em sentido inverso. A empresa Inmarsat mediu o tempo levado por esses "bips" entre o avião e o satélite.
"Nós observamos o efeito Doppler que é a mudança de frequência devido ao movimento do satélite em sua órbita", explicou.
"Isso nos deu uma trajetória possível para o corredor norte e uma outra para o corredor sul", completou.
"Nós reunimos os dados dos Boeing 777 da Malaysia Airlines. Nós os remodelamos e os comparamos com os dados do corredor sul e do corredor norte, e descobrimos que o corredor sul é, sem qualquer dúvida possível, o que foi tomado", explicou à BBC.
"Normalmente, você procura triangular os dados e, com frequência, você tem o GPS. Mas, como os aviões nessa região não enviam sinais de sua localização, nós trabalhamos às cegas", acrescentou, na entrevista à Sky News.
Ele também considerou que era "tecnicamente possível", a partir de hoje, evitar esse tipo de desaparecimento, enviando a cada 15 minutos pelos aviões - o que custaria muito pouco - "mensagens do tipo SMS com a hora, a velocidade, a distância e a posição".
Esse anúncio dramático pôs fim a 17 dias de angústia para os familiares das 239 pessoas a bordo do Boeing, entre eles 153 chineses.
A empresa não respondeu, porém, a nenhuma pergunta sobre o cenário que teria precipitado o Boeing nessa região inóspita.