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Opep revela que temor por crise no Egito encareceu petróleo

Organização acredita que problemas no Egito não vão atrapalhar o transporte do óleo, mas aumentou previsão de demanda para 2011 devido ao inverno rigoroso na Europa e EUA

Barris de petróleo: Opep prevê aumento da demanda mundial em 2011 (Joe Mabel/Wikimedia Commons)

Barris de petróleo: Opep prevê aumento da demanda mundial em 2011 (Joe Mabel/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 11h43.

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reconheceu nesta quinta-feira que o petróleo ficou mais caro nos últimos dias porque há um temor de que a crise no Egito provoque uma eventual redução das provisões, mas também por uma reativação da demanda mundial.

O principal temor dos mercados é que a crise afete o transporte através do Canal de Suez, por onde passam diariamente cerca de 2,5 milhões de barris diários (mbd).

"Inclusive antes da crise, essas rotas não estavam sendo utilizadas ao máximo de sua capacidade devido, sobretudo, à ampla oferta de navios em outras rotas", acrescentou a Opep.

No entanto, a organização ressaltou que esses temores não têm fundamento, já que "qualquer corte nos fretes pelo Canal de Suez ou no oleoduto (egípcio) de Sumed poderia ser compensado de forma relativamente rápida, dirigindo as provisões a outras rotas".

A Opep afirma que a demanda por petróleo foi favorecida também por uma alta nos preços do gás e pelos planos governamentais para estimular a economia em vários países da Ásia e da América do Norte.

Para 2011, a organização estima que o consumo mundial de petróleo ficará entre os 87,74 mbd, o que representa um crescimento de 1,4 mbd (1,62%) em relação a 2010.

Estes números, divulgados nesta quinta-feira pelo grupo em seu relatório mensal sobre o mercado mundial de petróleo, significam uma revisão em alta em 190 mil barris diários (bd) em relação ao crescimento da demanda calculado há um mês.

No documento também se corrigem em 230 mil bd as estimativas sobre o aumento anual da demanda do ano passado, agora calculada em 86,34 mbd.

"Um inverno severo castigou a maior parte da região da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde novembro passado, o que provocou um aumento considerável do uso de energia", disseram os especialistas da organização.

A Opep também ressalta que o petróleo acumulado nos estoques comerciais dos EUA subiu em janeiro em 11 mb, até chegar a 1.074,9 mb.

Além disso, afirma que o maior consumo contribuiu para encarecer o petróleo, mas que essa alta também foi influenciada por uma crescente especulação nos mercados de futuros que afeta outras matérias-primas e que se viu exacerbada por "preocupações geopolíticas", especialmente pelos protestos no Egito.

Assim, a visão da Opep da situação atual do mercado de petróleo coincide com a publicada nesta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE), que alerta para o alto preço dos preços do barril, com o Brent a mais de US$ 100 e o Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) em torno de US$ 87.

A organização espera que, após subir em 1,1 mbd em 2010, a oferta dos produtores alheios à Opep aumente em 420 mil bd este ano, até totalizar uma média de 52,68 mbd.

Frente a isso, o volume de barris que o mundo requereria da Opep seria de 29,8 mbd, um nível mais alto que o calculado há um mês.

O relatório não diz se a Opep pretende aumentar suas provisões na situação atual, mas fontes ligadas ao grupo disseram à Agência Efe que se espera que os ministros debatam esse assunto no próximo dia 22 em Riad, à margem de uma conferência internacional sobre energia.

Por outro lado, o relatório aborda as causas que estão separando a evolução da cotação do Brent da do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) (WTI), com o primeiro se afastando cada vez mais do segundo.

Já o preço médio do barril usado como referência pela organização (uma mistura de doze qualidades) foi de US$ 92,83 em junho, o que significa um encarecimento mensal de 4,8% e anual de 22%. Em fevereiro, ele continua em alta e alcançou US$ 96,93 na quarta-feira.

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