Mundo

ONU teme que líbios sejam impedidos de fugir para a Tunísia

Bloqueio explicaria a súbita diminuição no fluxo de pessoas que cruzam a fronteira, de 15 mil para 2 mil

Refugiados da Líbia na Tunísia: calcula-se que 12,5 mil aidna precisam ser resgatados (Spencer Platt/Getty Images)

Refugiados da Líbia na Tunísia: calcula-se que 12,5 mil aidna precisam ser resgatados (Spencer Platt/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 08h56.

Genebra - O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) declarou nesta sexta-feira que teme que os civis estejam sendo impedidos de fugir para a Tunísia, o que explicaria o fato de o fluxo de pessoas que cruzam a fronteira ter caído de entre 10 mil e 15 mil por dia para menos de 2 mil nesta quinta-feira.

"O lado líbio da fronteira está controlado por forças pró-governo com homens fortemente armados", explicou em Genebra a porta-voz do organismo, Melissa Fleming.

"Nos perguntamos por que o número de pessoas que cruzam os países caiu tão rápido", comentou, e relatou que muitos dos que conseguiram chegar à Tunísia recentemente "parecem estar aterrorizados e não querem falar".

Vários civis contaram que no caminho à fronteira tiveram seus telefones celulares e câmeras fotográficas confiscados.

Além disso, a porta-voz mencionou relatos que indicam que toda a rota de Trípoli à fronteira está ocupada por militares favoráveis a Kadafi, o que gera temores de que estejam controlando o trânsito de civis que tentam fugir do conflito originado pela feroz repressão da rebelião contra o atual regime.

A retirada de civis - principalmente egípcios - da fronteira se acelerou nos últimos dias com a colaboração de vários países ocidentais, mas calcula-se que aproximadamente 12.500 pessoas ainda precisem ser resgatadas.

Por outro lado, o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) indicou que há pouca presença de mulheres e crianças entre os que conseguiram deixar a Líbia.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaLíbiaONUPolítica

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua